Em meio às comemorações, um senhor chega à Casa Espírita e é encaminhado ao atendimento para uma entrevista. Relata ser espírita, participar de sessões mediúnicas nas casas de conhecidos, onde recebe mensagens de vários Espíritos pelas mãos de médiuns meninas adolescentes. Não é somente nesses locais que tem contato com entidades espirituais – já recebeu mensagens em lugares públicos como teatros e até em cemitérios, mesmo eventualmente acreditando que alguns dos comunicantes eram, de certa forma, levianos. Freqüenta atualmente um grupo, aonde vem recebendo mensagens de pessoas que desencarnaram poucos dias antes e, na maior parte das vezes, essas pessoas são chamadas nominalmente a pedido de alguém de dentro ou de fora do grupo, inclusive pessoas publicamente conhecidas. Ele costuma anotar as coisas que faz e as publica num pequeno jornal usando um pseudônimo. Certa vez, em seus trabalhos, conta que um Espírito, que se diz seu orientador e pede para ser chamado de ‘Verdade’, provocou algumas batidas na parede de sua casa para alertá-lo de um erro. Diz também que tem curiosidade sobre os fatos psíquicos, que o moveu recentemente, inclusive, a aceitar ler sua mão em uma cigana e escrever algumas linhas sobre essa capacidade anímica.
Ele está à procura de colaboradores para algumas atividades de pesquisa. Precisa de médiuns que se disponham a se submeter a sessões de investigação, onde ele pretende questionar os Espíritos, comparar as respostas e publicá-las. Pretende evocar alguns Espíritos para saber deles como foi o seu passamento, entre eles alguns que desencarnaram recentemente para comprovar alguns caracteres de personalidade. Pretende usar todos os meios disponíveis (quem sabe a Internet?) para trocar informações com outros grupos.
Ele conta nunca haver feito nenhum curso sobre O Livro dos Espíritos ou O Livro dos Médiuns, mas afirma conhecê-los em profundidade. Afirma conhecer os passes magnéticos e as capacidades de retenção fluídica da água, embora não os tenha visto aplicados em uma sociedade espiritista até então.
Que orientação deveria ser dada nesse atendimento espírita? Estaria o visitante, recebido em meio às comemorações do sesquicentenário, necessitando auxílio?
E nosso amigo? Esse senhor é Allan Kardec, que permanece batendo à porta de nossas Casas. Conseguiria o Mestre trabalhar ou acabaria sendo encaminhado à desobsessão?