De forma muito prejudicial, em reuniões empresariais, é mais comum do que podemos imaginar ocorrer “reuniões de egos”, em vez de “reuniões de pessoas”. É certo que em nossa estrutura psíquica o ego é um dos importantes componentes. Ele nos é aliado e amigo se temos controle sobre ele. Fortalece nossa auto-estima e motiva-nos a - positivamente - gostarmos de nós mesmos. No entanto, se ele nos comanda – que é a sua mais forte tendência – agimos com orgulho e prepotência. Então ele passa a ser nosso maior inimigo. O contra-senso é que quando o ego nos comanda sentimo-nos poderosos, cheios de si. Sobre sentir-se cheio de si, li certa vez (não me lembro onde) que a principal característica de uma pessoa “cheia de si” é o fato dela ser “vazia”!
Quando o ego nos comanda, somos insistentes em fazer com que o outro adote a “nossa” verdade; argumentamos com a finalidade de “derrotar” o outro; agimos com arrogância; somos rígidos em nossas atitudes comportamentais. Por outro lado, se aceitamos o outro como ele é (aceitar não significa concordar) e expomos nossa verdade de forma não impositiva; se procuramos somar nossas idéias com as do outro; se somos verdadeiramente empáticos e simpáticos; se comportamo-nos com flexibilidade; é sinal que – felizmente - estamos no comando do nosso ego.
Para aprendermos a comandar nosso ego, não comecemos pelo impossível: eliminá-lo! Ele faz parte de nossa estrutura psíquica, por isto é impossível eliminá-lo. Mas aprendamos a amigavelmente conviver com ele. E nesta convivência é fundamental que estejamos no comando. O que implica que, quando estivermos comunicando-nos em reuniões empresariais, periodicamente devemos perguntar mentalmente a nós mesmos: “Neste instante estou colocando o ego a favor da empresa, ou de mim mesmo?” ou “Neste instante quem está no comando, eu ou o meu ego?”
O retrato fiel do cultivador do ego por excelência é o líder personalista. Aquele que ainda julga que o bom líder é o que vai à frente. Sendo que cada vez mais o mundo corporativo precisa do líder que vai atrás, isto é, daquele que principalmente apóia e estimula sua equipe; daquele que age com espírito servidor. No contraponto, a humildade excessiva não é bem vinda, pois o bom líder, sem deixar de ser humanitário, necessita agir com pulso firme quando necessário for. Lembremo-nos que pulso firme não significa ser mal-educado, mas sim, utilizar de palavras firmes e determinantes nos momentos em que esta atitude é imprescindível.
Para evitarmos o personalismo em nossas ações, saibamos que todas as vezes em que falamos ou agimos, mostrando-nos que somos superiores ao outro, o ego está no comando, e todas as vezes que em nossas atitudes adotamos profundo respeito com o próximo - não importando quem ele seja - estamos no comando do nosso ego.
Em síntese, respeitar o próximo é a solução para dominarmos nosso ego.