Pensando sobre o assunto, relendo algumas questões de “O Livro dos Espíritos” que falam da comemoração dos “mortos”, só vinha na minha mente a palavra marcante e forte: Saudade! Parece que aflora ao lê-la apenas tristezas, choro, imenso vácuo no peito…
De repente, pensei o quanto isso tudo atinge os nossos entes que já retornaram à Pátria Espiritual e a necessidade de transformarmos a saudade em uma lembrança positiva, numa recordação da presença deles em nossa encarnação e da nossa no convívio com eles, mas de forma a sorrirmos enquanto as cenas surgem de nossa memória.
Até porque, como nos apresenta Joanna de Ângelis, no livro “Após a Tempestade”, “… os seres amados recebem onde se encontram, vivos após a morte, os dardos da revolta negativa para eles, como as lembranças afáveis do amor. O pensamento é força vital gravitando no Universo. A vida sempre devolve conforme recebe…”, e assim como está na moda falar, temos por isso que “repaginar” esse conceito.
Essa é a verdade maior: a meta é a reelaboração de nossas relações enquanto tivermos essa oportunidade.
“O Evangelho Segundo o Espiritismo”, no Capítulo XXIII, Item 8, nos recorda que o respeito que devemos consagrar não é à matéria e sim ao espírito, isto é, pensar em tudo de bom que não foi perdido diante da ausência física e dar o real sentido e peso.
“Saudade é a presença da ausência”, frase do Reformador/1986, que reforça a idéia de comemoração dos mortos, quando surgiu pela iniciativa dos gauleses. Eles honravam não os cadáveres e sim, com poesias e outros movimentos em casa, a evocação e comunicação com seus ditos mortos, de maneira alegre e com carinho.
Por isso, leio, reflito, penso neles, choro e sorrio, pois “recordar é viver” e morte não existe!