Ao atravessar os períodos eleitorais, sempre me deparo com as mais diversas situações relacionadas com o tema deste texto. Preocupa-me a postura de alguns trabalhadores espíritas durante o período que antecede ou sucede as eleições. Entendendo as diversas situações em torno do tema política e Espiritismo, foi necessário delimitar o assunto deste texto, pois é sobre esse ponto que temos nos deparado com algumas situações arriscadas e uma série de posicionamentos que acredito que sejam equivocados se considerarmos a finalidade e os princípios do Espiritismo.
É quase consenso que o Espiritismo é uma doutrina moral e não política, que não assume posturas partidárias nem permite que se leve às tribunas espíritas questões referentes à política do mundo. Quando afirmo que Espiritismo e política não se misturam, refiro-me a aspectos específicos da política polarizada nas questões partidárias e eleitorais, porém, de maneira geral, no conceito aristotélico de política que é indissociável da moral e da virtude, toda ação social é também uma ação política. Qualquer ato que afete a coletividade, mesmo que seja emitir uma opinião, é, em sentido filosófico, uma ação política. Nesse sentido, pode-se dizer que o Espiritismo possui posicionamentos políticos, por exemplo, sobre o aborto, a pena de morte e a eutanásia ou mesmo quando os centros espíritas realizam alguma campanha ou ação social, nesse aspecto as instituições espíritas não deixam de ser também políticas.
Por fim, ser cidadão que atua politicamente e de forma consciente contribuindo para uma sociedade democrática não se resume ao voto, que é apenas uma das expressões da democracia, até questionável por alguns pensadores no que se refere a sua representatividade. A democracia nos faculta também o direito de escolher ou não os nossos representantes e o fato de alguém decidir não escolher um representante durante o processo eleitoral, não significa que ele não seja um cidadão atuante no seu cotidiano, ciente dos seus direitos e dos seus deveres e que trabalha pelo bem comum. Às vezes, é mais fácil ir às urnas e cruzar os braços durante quatro anos do que fazer valer seus direitos no dia a dia.
Revisada essa diferença entre esses dois significados ou dimensões atribuídas à política, passemos então as posturas e comportamentos que entendo serem destoantes com os princípios espíritas, sobretudo para aqueles que se encontram a frente das lides de trabalho doutrinário. Mas, para tanto, considerando a irrelevância de minha opinião, busquei a ajuda do espírito André Luiz que no livro Conduta Espírita trouxe-nos uma mensagem de conteúdo atualíssimo, intitulada “Nos Embates Políticos”, psicografia de Chico Xavier, da qual destacamos alguns trechos que pontuarão este texto. Diz-nos o autor:
“Situar em posição clara e definida as aspirações sociais e os ideais espíritas cristãos, sem confundir os interesses de César com os deveres para com o Senhor”.
“Só o Espírito possui eternidade”.
(…) “O Espiritismo não pactua com interesses puramente terrenos”.
A citação de abertura corrobora com o quê já dissemos. O Espiritismo possui suas aspirações sociais e seus ideais que, em sentido mais amplo, são posicionamentos políticos, mas não confundamos os interesses do mundo com os interesses espirituais. Não é fácil enxergar sempre a separação entre esses interesses e constantemente se perde a linha que separa as duas coisas. Enquanto cidadãos, podemos cuidar dos nossos interesses mundanos, mas não devemos querer que o Espiritismo se ocupe de interesses particulares ou que representam a expressão de determinados grupos ou partidos.
“Distanciar-se do partidarismo extremado”.
“Paixão em campo, sombra em torno”.
Por que André Luiz nos faz essa recomendação? Sabem os espíritos da atmosfera psíquica que paira em torno dos embates politico partidários humanos. Eles têm noção de como em um mundo imperfeito predominam os interesses mesquinhos apesar da nobreza de caráter de alguns homens públicos, mas esses se encontram inevitavelmente cercados por outros tantos mal intencionados. Certamente devemos trabalhar para modificar esse panorama, porém, a “psicosfera” que ainda enleia esse terreno é ambiente fértil para o desequilíbrio, para o embate desarrazoado cercado de calúnias, difamações, fofocas, ressentimentos, vinganças e armadilhas. Observe que André Luiz não condena que se tome posicionamento partidário, mas o extremismo é porta para o desequilíbrio. Mas como saber se estamos sendo extremistas? Basta verificar como somos afetados ao lidar com essas questões. Se você alimenta raiva ou ódio por determinado candidato ou afastou-se de alguém de seu convívio, ou mesmo passou a desconsidera-lo por não compartilhar de seus posicionamentos ou por militar em outro partido, então você já adentrou nas fronteiras do extremismo, pois é o sentimento que move nossas ações que as qualificam ou desqualificam. Sobre isso André Luiz ainda nos diz:
“Por nenhum pretexto, condenar aqueles que se acham investidos com responsabilidades administrativas de interesse público, mas sim orar em favor deles, a fim de que se desincumbam satisfatoriamente dos compromissos assumidos”.
“Para que o bem se faça, é preciso que o auxílio da prece se contraponha ao látego da crítica”.
Quem resvala para o partidarismo extremado ou mesmo posicionamentos políticos acerbados, ainda que não milite em um partido político, está sujeito a se emaranhar nessa teia de desequilíbrio psíquico e espiritual. Quem por algum motivo tiver que adentrar por essas terras, que resguarde a sua sobriedade espiritual evitando que o acirramento de ideias o afaste dos princípios espíritas e cristãos de amor ao próximo.
“Em nenhuma oportunidade, transformar a tribuna espírita em palanque de propaganda política, nem mesmo com sutilezas comovedoras em nome da caridade”.
“O despistamento favorece a dominação do mal”.
(…) “Impedir palestras e discussões de ordem política nas sedes das instituições doutrinárias, não olvidando que o serviço de evangelização é tarefa essencial”.
Casa espírita não é lugar de campanha política e isso raramente acontece abertamente, mas, às vezes, isso acontece de maneira mais sutil, por isso que André alerta que o despistamento (ou distração, invigilância) favorece a dominação do mal. Devemos estar alertas para as estratégias sutis da política de imiscuir-se no meio espírita escamoteada de questões doutrinárias. Não é raro observar alguns espíritas que tentam persuadir seus companheiros de doutrina a votar ou não votar em determinado candidato porque ele é contra ou a favor de algum postulado espírita. Eu já fui abordado com a seguinte colocação em uma lista de discussão espírita: – quem é espírita não pode votar em candidato Fulano porque ele é a favor do aborto, ou não vota em candidato Beltrano porque ele é corrupto, etc. Sim, é certo que não devemos apoiar o aborto ou a corrupção, mas a escolha do candidato é antes de tudo uma questão de consciência pessoal. Não se deve utilizar o apelo religioso quando podem ser outros os interesses que se encontram por detrás dessa argumentação. E mesmo que o interesse na argumentação seja sincero por parte do interlocutor, é preciso ter certeza que a informação é verídica, se ela não é apenas um boato ou mesmo se foi manipulada ou distorcida por interesses eleitorais, algo muito comum nesse meio.
Os mais renomados divulgadores do Espiritismo sabem e conhecem muitas obras ditas espíritas com graves erros doutrinários, inverdades e que prestam um desserviço a doutrina, porém, ao invés de enumerar essas obras, esses palestrantes apenas alertam que elas existem e estimulam o estudo das obras básicas de Allan Kardec para que cada um, através de seu próprio conhecimento e juízo crítico, possa identificar e repelir essas obras. O Espiritismo é uma doutrina que preza pela liberdade individual. Da mesma forma, no campo político, não faria sentido que os trabalhadores espíritas nomeassem os candidatos em quem se deve votar. Quando caímos no erro de dizer às pessoas o que elas devem fazer, criamos um séquito de fieis fanáticos e não de adeptos conscientes. Podemos achar que estamos agindo pelo interesse da doutrina quando denunciamos o nome de um candidato, mas na verdade estamos sendo utilizados por interesses externos. Por isso André Luiz ainda nos diz:
“Repelir acordos políticos que, com o empenho da consciência individual, pretextem defender os princípios doutrinários ou aliciar prestígio social para a Doutrina, em troca de votos ou solidariedade a partidos e candidatos”.
Essa citação possui outras facetas, uma delas é a de candidatos que prometem ajudar a causas espíritas em troca de apoio eleitoral. Alguns chegam a oferecer benefícios materiais como um terreno para a construção do Centro Espírita ou mesmo lutar contra a eutanásia e a pena de morte, outros pedem para dar um recadinho no fim da reunião, deixar alguns santinhos de campanha ou quem sabe pintar sua propaganda no muro do centro espírita. Lembremos que a doutrina enquanto instituição não tem representantes no campo da política. Somos livres para fazer nossas escolhas de maneira crítica e consciente, aliás, devemos mesmo escolher nossos candidatos, mas muito cuidado quando o nome do Espiritismo está em jogo.
“Cumprir os deveres de cidadão e eleitor, escolhendo os candidatos aos postos eletivos, segundo os ditames da própria consciência, sem, contudo, enlear-se nas malhas do fanatismo de grei”.
“O discernimento é caminho para o acerto”.
“A rigor, não há representantes oficiais do Espiritismo em setor algum da política humana”.
André alerta para o discernimento e é a falta dele que resulta numa outra faceta que é a de pessoas que se encontram no meio espírita fazendo propaganda sutil para candidatos. Mais uma vez passamos a palavra para ele:
*“Não comerciar com o voto dos companheiros de Ideal, sobre quem a sua palavra ou cooperação possam exercer alguma influência ”. *
“A fé nunca será produto para o mercado humano” (grifo nosso).
Sempre nos deparamos com aquela campanha insistente de pé de ouvido, ou algum companheiro de casa espírita que nos visita em casa apenas para solenemente pedir votos, a situação é mais grave quando esse pedinte é um trabalhador que representa a casa espírita. Os que agem dessa forma no meio espírita, não se dão conta que estão sendo mais políticos do que espíritas, perderam o discernimento que André Luiz chama tanto a atenção, entraram no terreno pantanoso do partidarismo extremado podendo resvalar para a fascinação. Entre esses, encontro muitos que se sentem convictos de que estão prestando um serviço à humanidade e ao Espiritismo. Usam de palavras melífluas, de linguajar espírita, falam de lei de causa e efeito, de responsabilidade do voto, de consciência cristã, quando na verdade tudo desemboca em quem se deve ou não se deve votar. Podem achar que não, mas estão a serviço dos interesses mundanos e não espirituais, quando não, podem servir de instrumentos para entidades espirituais que querem plantar o germe da discórdia visando comprometer a ação do bem, desfazendo os esforços pela união e pela paz em nosso movimento.
Outra situação delicada é o fato de o trabalhador espírita declarar publicamente o seu voto ou preferência partidária, o que certamente é um direito seu enquanto cidadão, mas, chamamos atenção, sobretudo para aqueles que exercem influencia sobre o movimento espírita, conferencistas, médiuns, líderes, presidentes de instituições, etc. Sugiro reler a última citação de André Luiz que fiz acima.
Estejamos cientes da responsabilidade que temos nas mãos. Algumas pessoas tem sua imagem tão associada à Doutrina Espírita, possuem uma folha de serviços tão relevante, que melhor seria não declarar publicamente seu posicionamento partidário, a não ser entre aqueles que lhe são íntimos. Se estivermos trabalhando a serviço de Jesus no intuito de socorrer o próximo, é conveniente evitar temas sobre os quais pairem uma atmosfera de discórdia. Ao falar em público, nos meios de comunicação de massa, devemos enquanto trabalhadores espíritas resguardar-nos de polêmicas que não dizem respeito ao Espiritismo e que desagregam ao invés de unir as pessoas.
Isso não se trata de ser hipócrita ou dissimular, mas de saber que cada coisa tem seu espaço específico e que nossa imprudência pode comprometer o serviço de divulgação do bem. Quem trabalha em benefício da edificação da humanidade deve procurar os caminhos que agreguem e que gerem laços de confiança e de afeto. Lembremos que aqui estamos tratando do campo do trabalho espírita que não é apenas a casa espírita, mas o ciclo de convivência entre os trabalhadores. Já vi pessoas esperarem apenas cruzar para fora do muro do centro espírita para manifestar entre seus pares todo tipo de opinião polêmica, partidarista ou sectária, sem se dar conta que apesar de estarem fora do centro espírita, suas opiniões apressadas e irrefletidas vão repercutir sobre as relações pessoais no grupo e consequentemente nos trabalhos na casa espírita. Já vi diversas inimizades, quiproquós, cisões e até fechamento de trabalhos por consequência de desentendimentos políticos entre trabalhadores.
Existe uma situação nos dias atuais que não existia quando André Luiz escreveu essa mensagem. Naquela época não existiam as mídias sociais, mas certamente nos dias atuais ele acrescentaria uma mensagem à parte sobre como conduzir-se nesses espaços de maneira condizente com a moral espírita e cristã, devido ao impacto que pode provocar qualquer postagem publicada nesses meios. Todas as situações acima discutidas aplicam-se as redes sociais. Uma postagem numa rede social pode ter um alcance muito maior do que quando pronunciada de uma tribuna espírita, com o agravo de que nesse meio de comunicação nem sempre conseguimos entender e ser entendidos claramente. Imagine-se chegando a uma praça pública e gritando abertamente as suas convicções, qualquer pessoa se sente no mínimo um pouco constrangida de fazê-lo, agora multiplique essa situação mil vezes e você terá algo próximo do que representam as mídias sociais, mas nem sempre temos consciência disso porque temos a ilusão de que estamos separados das pessoas, atrás de uma tela, no conforto de nossos lares.
As postagens nas mídias sociais são perigosas porque facilmente são mal interpretadas sem nos dar a oportunidade de esclarecer nosso real pensamento. Diante de algum deslize, os lobos atacam ferozmente dilacerando a imagem de quem não vigiou bem as suas próprias palavras. Nas redes sociais a comunicação feita de maneira fria e distante, virtualizada pela máquina, é propicia a desinibição e manifestação sem freio moral. Não é a toa que esses espaços tornam-se verdadeiras catarses coletivas onde se manifesta todo tipo de desequilíbrio. Pelo menos esse é o panorama atual de como esses instrumentos têm sido predominantemente utilizados e também representa o padrão vibratório desses espaços, o que exige de nós redobrada vigilância ao perambular por ali.
O seu perfil numa rede social representa aquilo que você diz de você mesmo em praça pública, como se estivesse berrando aos quatro cantos do mundo. É preciso refletir a que tipo de ideias queremos estar associados e as consequências de expor essas ideias. É preciso saber distinguir o que nos interessa declarar em público ou manter no âmbito privado. Cada um sabe do seu papel na sociedade e de sua atuação no campo espírita e como lhe convém declarar publicamente alguns posicionamentos. A minha opinião é a de que é muito imprudente ou no mínimo de mau gosto observar um perfil público de um trabalhador espírita onde alternam-se postagens espíritas e mensagens carregadas de idealismos partidários, quando não, publicidade política aberta e declarada. A que queremos associar a nossa imagem pública? A religião ou a política partidária? Estou falando de imagem pública em redes sociais, porque não dá pra ter duas imagens públicas, ou manter uma imagem pública manifestando interesses conflitantes sem que isso resulte em toda sorte de problemas e sob a consequência de prejudicar os dois interesses e, mais ainda, prejudicar a si mesmo. Além disso, existe aqui um dilema ético que é usar a força e o reconhecimento que a sua imagem pública adquiriu à custa da religião, para exercer influencia sobre outra área (política), sobre a qual não lhe foi concedida autoridade. As pessoas que se tornam proeminentes e reconhecidas pelo Espiritismo têm em suas mãos um poder de influência que é um instrumento que lhes foi dado para esse fim. Se usarem esse poder com outra finalidade, estão desvirtuando-o e são responsáveis por isso.
Da mesma forma, quem decidir-se por seguir a carreira política contribuindo para dignificar esse espaço deve estar atento para não fazer uso de sua imagem como espírita para angariar votos, quem assim procedesse incorreria em grave erro. Nesse caso é melhor restringir as suas convicções religiosas ao seu ciclo de convívio íntimo, não negando-as, mas não utilizando-as a soldo dos interesses mundanos. Se a imagem pública de alguém já está associada à política, esse deve ser comedido ao manifestar-se publicamente sobre religião.
As mídias sociais nos permitem rapidamente repassar informações postadas por outras pessoas o que pode ser um problema se estamos preocupados em ser verdadeiros e éticos. Temos a ilusão de que não somos responsáveis por repassar uma informação que não é de nossa autoria, o famoso pensamento “– eu não sei se é verdade, mas andam dizendo por aí…” significa assumir o compromisso por contribuir com a calúnia e a depredação pública de reputações. Se nos sentimos na obrigação moral de denunciar a hipocrisia, se nos achamos arautos da honestidade e da retidão, então nos esforcemos um pouco mais para verificar a veracidade de algumas informações antes de repassá-las, na dúvida é sempre melhor abster-se. A maledicência é uma serpente peçonhenta e por fim, não nos esqueçamos do exemplo de Jesus que não foi conivente com o erro, porém não apedrejou a pecadora. Mas não basta não atirar a pedra, pois dar a pedra ao apedrejador nos faz tão culpados quanto o algoz.
Quando damos um simples clique e repassamos uma informação, estamos endossando a mesma, dando nosso aval, validando-a através da nossa reputação, afinal, se um trabalhador espírita respeitável repassou a informação, apenas por isso, um grande número de pessoas aceitará imediatamente como verdade. Mesmo sabendo de que cada um decide seguir a quem quer, devendo fazer uso de seu juízo crítico, sabemos também que no atual estado da humanidade as pessoas são facilmente influenciadas, sendo assim, somos responsáveis pelos frutos das sementes que plantamos.
Antes de repassar publicações com denúncias de corrupção, escândalos políticos, denúncias sobre a vida pessoal de políticos ou de qualquer pessoa, não nos esqueçamos da lenda das três peneiras de Sócrates:
“Um homem foi ao encontro de Sócrates levando ao filósofo uma informação que julgava de seu interesse:
Quero contar-te uma coisa a respeito de um amigo teu!
Espera um momento – disse Sócrates – Antes de contar-me, quero saber se fizeste passar essa informação pelas três peneiras.
Três peneiras? Que queres dizer?
Vamos peneirar aquilo que quer me dizer. Devemos sempre usar as três peneiras. Se não as conheces, presta bem atenção. A primeira é a peneira da VERDADE. Tens certeza de que isso que queres dizer-me é verdade?
Bem, foi o que ouvi outros contarem. Não sei exatamente se é verdade.
A segunda peneira é a da BONDADE. Com certeza, deves ter passado a informação pela peneira da bondade. Ou não?
Envergonhado, o homem respondeu:
Devo confessar que não.
A terceira peneira é a da UTILIDADE. Pensaste bem se é útil o que vieste falar a respeito do meu amigo?
Útil? Na verdade, não.
- Então, disse-lhe o sábio, se o que queres contar-me não é verdadeiro, nem bom, nem útil, então é melhor que o guardes apenas para ti”.
Devemos ser sempre a estação terminal de qualquer comentário infeliz. Quando divulgamos irresponsavelmente o mal, nos associamos com a calúnia e a leviandade e podemos, pela lei do retorno, nos tornar vítimas desse mesmo mal. Não poderia terminar essa missiva de outra maneira senão da mesma forma que conclui André Luiz, destacando as palavras do Evangelho de Jesus, esse inesgotável repositório de sabedoria. Essas últimas palavras resumem de maneira magistral o que qualquer um tenha a dizer sobre esse assunto, reflitamos sobre elas:
“Nenhum servo pode servir a dois senhores” — Jesus. (LUCAS, 16:13.)
6 de janeiro de 2015