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  • A benção de uma família estruturada

Sejamos sinceros…Isso é fato. Quando somos adolescentes, a tendência é queremos dar um chega prá lá na nossa família. É o pai que achamos antiquado, a mãe que pensamos chata, o irmão mais velho que pega no nosso pé. Isso se acentua no contexto atual, onde o jovem sabe manusear melhor as parafernálias tecnológicas que permitem ao ser humano transitar pelo mundo, se sentindo mais dono do mundo. Por Marcus Vinicius de Azevedo Braga.

Sejamos sinceros…Isso é fato. Quando somos adolescentes, a tendência é queremos dar um “chega prá lá” na nossa família. É o pai que achamos antiquado, a mãe que pensamos chata, o irmão mais velho que pega no nosso pé. Isso se acentua no contexto atual, onde o jovem sabe manusear melhor as parafernálias tecnológicas que permitem ao ser humano transitar pelo mundo, se sentindo mais “dono do mundo”.

Essa visão de auto-suficiência, típica dessa fase da nossa vida como encarnados, nos faz esquecer de valorizar a família que temos. Pois é, muitas vezes não percebemos a benção que é a família estruturada na qual convivemos. Lembramos apenas dos problemas! Problemas…Ah, a família, como qualquer agremiação humana, os tem a vontade. Mas, existem problemas maiores e menores, e existem alguns cruciais, desestruturantes, que convertem a família em um verdadeiro inferno sob a terra.

Quem convive com problemas de drogas na família, com os males financeiros e comportamentais da dependência química, sabe do que eu estou falando. Essas pessoas que vivem nessas famílias sonham diariamente com uma família estruturada, com um lar tranquilo.

Aqueles que passam pela provação do alcoolismo na família, com a rotina de violência familiar, escândalos e conflitos advindos desse quadro, também anseiam por uma família que tenha o seu pai em uma mesa de jantar e não plantado em uma mesa de bar toda a noite.

Os que tem o pai ausente, violento e com mulheres na rua, o que não dariam por uma família estruturada, abençoada pela rotina diária?

Por rebeldia juvenil, não valorizamos os pais dedicados e amorosos, ciosos de nossa formação e do nosso amadurecimento. É fato também que esse orgulho, esse “caminhar por si só” faz parte da formação de nossa personalidade, do processo de auto-afirmação típico da juventude. Mas não será possível se auto afirmar, sermos o que queremos ser, sem o bom exemplo de nossos familiares.

Eis o nosso grande desafio! Mediar liberdade e presença! Crescer, tomar nosso caminho, construir a nossa jornada e não abandonar a nossa família e seus valores. Esse desafio, certamente, é bem menos áspero do que enfrentar a juventude em famílias desestruturadas, açodadas pelo vício, com problemas viscerais, que somente espíritos amadurecidos conseguem sublimar e converter essa luta em espaço de crescimento.

Se fomos nesta encarnação agraciados com a benção de uma família estruturada, com pais amorosos, saibamos pesar na balança da vida a grande dádiva que isso representa. Nos permitamos esse amadurecimento, e veremos que nossos problemas são ínfimos e que não se equiparam aos quadros infelizes daqueles que anseiam, mais do que tudo, viver em um lar como o nosso.