Os filósofos e escritores que acreditavam que a literatura podia ‘curar a alma’

Há obras literárias sobre as quais se pode afirmar que existe um consenso (quase) universal a respeito de sua relevância histórica. Elas oferecem uma visão profunda da complexa realidade humana, independentemente da época ou cultura em que foram escritas.

A íntegra da matéria pode ser acessada em:
https://www.bbc.com/portuguese/articles/c51n22z5p40o

O comentário a seguir é de Mabel Perito Velez e de David Perito Velez:

A existência humana, em sua essência, em meio aos incessantes duelos de sombra e luz, é precioso convite ao burilamento interior e ao almejado desenvolvimento do Ser.

O Espiritismo explica que esse progresso, geralmente moroso, é muitas vezes impulsionado por inteligências especialmente convidadas a partilhar com a Humanidade o seu saber e as suas criações para o bem comum - são os chamados homens de gênio.

De tempos em tempos, portanto, descem à Terra Espíritos em condições mais elevadas para que suas ideias sejam disseminadas em todas as áreas, e nas artes não seria diferente. Assim surgem as grandes e inesquecíveis obras literárias, que curam a Alma ao aproximá-la do belo e das verdades eternas.

Ao incentivar reflexões sadias e edificantes, o escritor é capaz de contribuir para a elevação moral do homem. A literatura, nesse contexto, torna-se mais do que uma simples manifestação artística; é um veículo poderoso de transformação espiritual.

No período mais moderno, pesquisadores como Allan Kardec e Léon Denis, assim como romancistas como Victor Hugo e Charles Dickens, e inúmeros poetas tais como Castro Alves e Drummond de Andrade, ilustram essa nobre missão, oferecendo consolo e orientação para aqueles que buscam sentido e paz em suas jornadas terrestres.

As suas obras, impregnadas de profundidade moral e espiritual, não apenas encantam, mas também educam e despertam a consciência para as realidades superiores. O contato com estes textos pode ser comparado a um bálsamo para as dores da Alma, conduzindo o leitor a uma compreensão mais ampla e compassiva da vida.

Nelas, o espírito combalido neste mundo de provas e expiações, mormente nos dias atuais em que o predomínio do materialismo como ideal de vida tende a afastar os reencarnados da espiritualidade, sendo inevitáveis consequências a depressão e a propensão ao suicidio, encontra a motivação e o ânimo necessários para avançar, para olhar um pouco mais adiante sem esmorecer, para erguer o seu olhar aos céus e reconhecer a sua própria natureza divina a sussurrar-lhe “esperança”!

As palavras de Léon Denis, no livro “O Espiritismo na Arte”, confirmam esse pensamento:

“A arte, sob suas formas diversas, é a expressão da beleza eterna, uma manifestação da poderosa harmonia que rege o Universo; é o raio de luz que vem do alto e que dissipa as brumas, as obscuridades da matéria, e nos faz entrever os planos da vida superior. A arte é, por si mesma, plena de ensinamentos, de revelações, de luz. Ela arrasta a alma em direção às regiões da vida espiritual, que é a verdadeira vida, e que a alma anseia tornar a encontrar um dia.

A arte bem compreendida é um poderoso meio de elevação e de renovação. É a fonte dos mais puros prazeres da alma; ela embeleza a vida, sustenta e consola na provação e traça para o Espírito, antecipadamente, as rotas para o céu. Quando a arte é sustentada, inspirada por uma fé sincera, por um nobre ideal, é sempre uma fonte fecunda de instrução, um meio incomparável de civilização e de aperfeiçoamento.”

Com o advento da psicografia atual que nos trouxe, traz e continuará, com certeza, os tesouros da extensa biblioteca do Espiritismo, a Espiritualidade Superior também nos traz o despertar e o escudo da Alma, permitindo aos espíritos sábios comunicarem-se conosco através de médiuns, com mais facilidade, sem a necessidade de terem de reencarnar entre nós, cumprindo-se assim a promessa do Divino Mestre, de que nos enviaria um Consolador.

Mabel Perito Velez e David Perito Velez são espíritas e colaboradores do Espiritismo.net.