De Uol
A família de uma mulher de 23 anos que morreu no hospital de Palmeira dos Índios (AL) interrompeu o velório da jovem e chegou a retirar seu corpo do caixão, na esperança de que ela ressuscitasse. Apenas a intervenção da polícia e de um médico permitiu que ela fosse enterrada.
O velório ocorria na sala da casa de Jéssica na manhã deste sábado (5), em Delmiro Gouveia, quando parentes tiraram o corpo do caixão e o colocaram em uma cama em um dos quartos do imóvel. Segundo a polícia, eles acreditaram que a jovem iria ressuscitar.
A notícia de que a jovem estava ressuscitando “porque o corpo estava retornando a temperatura e não estava rígido” logo se espalhou na pequena cidade. Dezenas de pessoas se aglomeram na porta querendo ver o suposto milagre, e a polícia foi acionada.
A família diz que vai fazer uma vigília no cemitério porque acredita que a mulher pode ressuscitar a qualquer momento.
Notícia publicada no Diário do Centro do Mundo , em 6 de janeiro de 2019.
Jorge Hessen* comenta
Parece até uma anedota, mas como se observa, ainda há “cristãos” que creem na lendária “ressurreição” do corpo físico. Porém, os espíritas sabemos que Jéssica não ressuscitará, mas voltará futuramente à vida física pelas vias da reencarnação. Sim!! E foi Jesus que ensinou a Nicodemos que “era necessário nascer de novo”.(1)
Infelizmente, ainda hoje, pastores e “bispos” evangélicos (ou protestantes), o clero católico, os reverendos anglicanos, líderes da igreja ortodoxa, teólogos “independentes” e outros religiosos recusam a reencarnação, quase sempre fundamentados especialmente no “versículo 27 do capítulo 9, da epístola atribuída a Paulo, dirigida aos hebreus, afirmando que: “aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo”.(2) Pronto! Caso encerrado! Ora, se em nossa trajetória evolutiva morremos uma única vez, logo, a reencarnação é uma falácia. Será mesmo?
Os negadores da reencarnação dogmatizaram a lição do “nascer de novo”, justificando a “ressurreição” da filha de Jairo(3),do filho da viúva de Naim(4) e do Lázaro.(5) A bem da verdade, as personagens “ressuscitadas” por Jesus sequer estavam mortas, tão-somente estavam acometidas de catalepsia patológica.(6)
O Mestre assegurou que a verdade libertaria o homem, logicamente se a verdade (reencarnação) está sendo negada aos “cristãos”, fica evidente que os “sabichões” das escrituras não se encontram livres, ou o que é pior, estão ofuscados na mais absoluta estupidez. Por conseguinte, são cegos que guiam cegos em direção ao despenhadeiro da ignorância tal como sucedeu no seio da família de Jéssica.
Reflitamos: “Após a transfiguração de Jesus, no Monte Tabor, os [três] discípulos o interrogam: Por que dizem os escribas ser preciso que antes volte Elias? - Jesus lhes respondeu: É Verdade que Elias há de vir e restabelecer todas as coisas: - mas, eu vos declaro que Elias já veio e eles não o conheceram e o trataram como lhes aprouve [João já havia sido decapitado]. É assim que farão sofrer o Filho do Homem. Então os [três] discípulos compreenderam que fora de João Batista que ele falara.”(7) Aqui não há margens para simplórias divagações teológicas. Os [três] discípulos compreenderam por si próprios que João Batista (filho de Isabel e primo de Jesus) era o profeta Elias reencarnado (isso mesmo! REENCARNADO!).
Ora, “a ideia de que João Batista era Elias e que os profetas podiam reviver na Terra se nos depara em muitas passagens dos Evangelhos. Se fosse errônea essa crença, Jesus não houvera deixado de a combater, como combateu tantas outras. Longe disso, ele a sanciona com toda a sua autoridade e a põe por princípio e como condição necessária, quando diz: “Ninguém pode ver o reino de Deus se não nascer de novo.” E insiste, acrescentando: Não te admires de que eu te haja dito ser preciso nasças de novo.”(8)
O livro dos Reis anota: “Era um homem vestido de pelos, e com os lombos cingidos dum cinto de couro. Então disse ele: É Elias.”(9) O profeta Malaquias narra: “Eis que eu vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o grande e terrível dia do Senhor.”(10) O evangelista Lucas que registra: “Apareceu-lhe, então, um anjo do Senhor, em pé à direita do altar do incenso. E Zacarias [progenitor de João Batista], vendo-o, ficou turbado, e o temor o assaltou. Mas o anjo lhe disse: Não temais, Zacarias; porque a tua oração foi ouvida, e Isabel, tua mulher, te dará à luz um filho, e lhe porás o nome de João; irá adiante dele no espírito e poder de Elias [reencarnado].”(11)
O jovem evangelista Marcos assinala: “Então lhe perguntaram: Por que dizem os escribas que é necessário que Elias venha primeiro? Respondeu-lhes Jesus: Na verdade Elias havia de vir primeiro, a restaurar todas as coisas; e como é que está escrito acerca do Filho do homem que ele deva padecer muito a ser aviltado? Digo-vos, porém, que Elias já veio, e fizeram-lhe tudo quanto quiseram, como dele está escrito.”(12)
Mateus mais uma vez anota: “E desde os dias de João, o Batista, até agora, o reino dos céus é tomado a força, e os violentos o tomam de assalto. Pois todos os profetas e a lei profetizaram até João. E, se quereis dar crédito, é este (João Batista) o Elias que havia de vir [pela reencarnação]. Quem tem ouvidos, ouça.”(13) “E Jesus falou aos seus discípulos, dizendo: Que dizem os homens que é o Filho do homem? E eles responderam: Uns dizem que é João Batista, outros que é Elias, outros ainda que é Jeremias ou algum dos profetas."(14)
Confirmação mais clara que as declarações de Jesus acima é impossível. O Mestre, na sua excelsitude, sabia da reencarnação antecedente do filho de Zacarias e Isabel, e explicou que as pessoas fizeram o que quiseram com Elias [Joao Batista], mas que não o reconheceram, e também não poderiam, pois o profeta Elias estava reencarnado no corpo de João Batista.
Enfim, não é tão difícil assim compreender a realidade da reencarnação; basta recorrer aos episódios sucedidos à época de Jesus, seja diante de Nicodemos, seja a confirmação do renascimento de Elias/Joao Batista e até mesmo o evento do Cego de Nascença nas cercanias da piscina de Siloé.
Simples assim!!!
Referências bibliográficas:
(1) João:3;
(2) Hebreus:9;
(3) Mateus:9;
(4) Lucas:7;
(5) João:11;
(6) No passado existiram casos de pessoas que foram enterradas vivas e na verdade estavam passando pela catalepsia patológica. Muitos especialistas, contudo, afirmam que isso não seria possível nos dias de hoje, pois já existem recursos tecnológicos que, quando corretamente utilizados, não falham ao definir os sinais vitais e permitem atestar o óbito com precisão;
(7) KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo, RJ: Ed. FEB, 2001, Cap. IV;
(8) Idem;
(9) 2Reis:1;
(10) Malaquias:4;
(11) Lucas:1;
(12) Marcos:9;
(13) Mateus:11;
(14) Mateus:15.