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  • As únicas certezas que temos são o nascimento e a morte. Nada é tão certo quanto isso. Embora não possamos precisar data, momento ou local, quando chegar o momento adequado, teremos nossa passagem para o plano invisível. Renata Federici, comenta.

    • Data :06/03/2025
    • Categoria :

    Por que pessoas no fim da vida veem entes queridos mortos há anos.
    "[…]
    Para os pacientes, as visões parecem reais, intensas, com significados profundos e, comumente, trazem sensação de paz. […]"

    Por: Alessandra Corrêa
    De Washington para a BBC News Brasil
    matéria completa em: https://www.bbc.com/portuguese/articles/ce5epn81ml2o

    * Renata Federici, comenta.

    O morrer e a vida

    Nesta reportagem, observamos a ciência em sua busca por um olhar mais humano e acolhedor em relação à nossa passagem, sem perder sua visão científica e objetiva sobre o ser humano. Afinal, o conhecimento amplia nossa compreensão do que somos e abre portas para o desconhecido, nos levando a novos questionamentos.

    A morte pode gerar muito medo por ser um processo ainda incompreendido. No entanto, se aprendemos com ela, podemos nos fortalecer e entender que faz parte do ciclo natural da vida. As únicas certezas que temos são o nascimento e a morte. Nada é tão certo quanto isso. Embora não possamos precisar data, momento ou local, quando chegar o momento adequado, teremos nossa passagem para o plano invisível.

    Deveríamos considerar com carinho que o momento da morte é parte natural da vida, o instante em que nosso espírito se desprende do corpo físico. Somos a essência de tudo o que vivemos, construímos e sentimos; no momento da transição, não abandonamos o que somos, apenas seguimos para uma nova etapa, levando conosco tudo que nos fez crescer e evoluir.

    No entanto, a passagem do estado encarnado para o desencarnado depende de como vivemos e do estado íntimo de nossa mente. Estamos ligados a um mundo mais materialista, permeado por apelos e dores morais, ou entendemos que nossa encarnação é um período de aprendizado, ansiosos para encontrar aqueles que amamos do outro lado? Essas são reflexões que só podemos responder em nossos próprios pensamentos.

    A ciência ainda não consegue explicar completamente o fenômeno da melhora na morte em casos de pacientes terminais, nem compreender as visões e sonhos relatados durante o processo de morte. No entanto, busca respostas físicas para este momento.

    O Espiritismo descreve que nossos amigos espirituais socorristas trabalham para nossa assistência nos dias que antecedem nossa partida, proporcionando lucidez para tranquilizar os entes queridos que permanecem encarnados. Eles auxiliam no desligamento dos corpos físico e espiritual, preparando-nos para esta transição.

    Muitos de nós já ouvimos histórias, ou até mesmo testemunhamos familiares que, dias antes de sua morte, relatam ver seus pais, um animal de estimação ou alguém significativo que já partiu. Testemunhar esses relatos, juntamente com os sentimentos emocionais que precedem a morte de um ente querido, pode gerar dúvidas e medo, mas também oferece a oportunidade de curar feridas da vida.

    Na maioria dos casos, esse momento de “melhora” proporciona harmonia tanto para a pessoa que está partindo quanto para os familiares e amigos que a acompanham, muitas vezes permitindo despedidas e fechamento de ciclos importantes.

    Pessoalmente, nunca acreditei que, ao morrer, tudo o que sentimos e vivemos se acabe em um grande vazio. Em algum lugar profundo de minha consciência, há a certeza de que nunca estamos sozinhos ou desamparados. Tenho convicção de que nossos sentimentos e essência não se dissipam com o fechar dos olhos físicos. Cito André Luiz 1, espírito que, em sua obra “Nosso Lar”, psicografada por Chico Xavier, oferece uma visão clara e reconfortante sobre a continuidade da vida. Ele revela que, após a morte, continuamos existindo em um plano espiritual, onde o amor, a evolução e o aprendizado persistem, sustentados por uma rede espiritual de apoio. Essa certeza interior reforça a ideia de que a vida transcende a morte física; somos eternos.

    O tempo não espera por nossos desejos e, inevitavelmente, alcançaremos o momento de nosso próprio desencarne. Ele nos ensina a usar sabiamente cada dia para amar, aprender e evoluir. Talvez, com o tempo, possamos resolver a questão da vida e da morte, aceitando que ambos são estados naturais do homem e que é ao longo da existência física que encontramos a verdadeira compreensão da vida.

    * Renata Federici é fonoaudióloga formada pela PUC-SP. É Espírita, Leitora compulsiva, Amante das palavras. Contribui escrevendo em grupos espiritualistas e é colaboradora do Espiritismo.net.


    1. André Luiz, espírito, em um dos livros da série “A Vida no Mundo Espiritual”, obras psicografadas por Chico Xavier ↩︎