Partindo de uma inovadora ideia de Deus, a filosofia dos espíritos, estabelece um conjunto de categorias que são concordantes entre si em um elo estreito e harmônico.
Deus, o criador incriado, donde dimana toda vida, inteligência e beleza. É do seu amor que partem as duas forças motrizes da criação: espírito e matéria.
Tendo como elemento básico o fluido cósmico universal, a argila do Supremo Oleiro, cria a realidade cósmica. Galáxias e átomos, fogo e água, mundos e sóis. Vida! Vida em abundância.
Sendo os espíritos os seres inteligentes da criação, os mesmos jornadeiam pelos diversos elementos e formas da matéria, imprimindo nelas forças intelectivas e impulsos evolutivos. Eis a união do espírito com a matéria.
Com leis imutáveis e irrevogáveis, o Supremo Legislador engendra na consciência de cada um de seus filhos, os Espíritos, os elementos necessários para a sua evolução. De início, uma consciência elementar; mais amadurecidos, uma consciência plenificada e transcendental.
Através das leis dos destinos, temos na reencarnação, o elemento primordial para que os Espíritos se depurem, aprimorem e subam a grande escada de Jacó: do átomo ao arcanjo, da ignorância à verdade, do egoísmo ao amor puro.
À medida que o Espírito avança, a sua consciência do bem e do mal se amplia, e passa a ser regido não mais pelo determinismo instintivo, mas por suas próprias escolhas que vão determinar o seu destino. Temos aí, o grande teatro onde os Espíritos se relacionam e ocorrem os grandes dramas que compõem a nossa história: ódios e amores, virtude e vícios, derrocada e ascensão.
É nessa espiral evolutiva que a dor, a grande Fídias do Espírito, vai esculpindo virtude e beleza na consciência do ser.
Tudo isso para que, no final desta longa jornada, retornemos ao regaço paternal onde encontraremos o celeste banquete das almas remidas e depuradas por suas próprias forças.
A filosofia dos espíritos, pois, cobre todo o fanal evolutivo, apresentando-nos toda a grandeza de Deus e de sua criação. Mostrando que se no mundo a injustiça ainda graceja, Deus é a suprema Justiça; Se a mentira visita-nos, Deus é a suprema Verdade; se a ignorância e a indiferença se apresenta, Deus é amor.
Ó homens, ó meus irmãos, sois filhos da justiça, da verdade e do amor. Sois convidados para o supremo concerto. Erguei-vos! Olhai para o alto, vedes as estrelas que dançam sob a inspiração da música celeste que o supremo maestro rege. Vedes, todas essas moradas de suprema felicidade vos espera, o vosso destino é o amor e a ventura. Sedes pacientes, tendes fé no vosso futuro, esforçai-vos na vossa jornada e ouvirás no seio da sua consciência essa música divina que vos fará ver por detrás do véu da verdade.
Gaston Luce, discípulo de Léon Denis.
Rio de Janeiro, 30 de novembro de 2022.
Por ocasião do 3 º congresso do Espiritismo.net