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A americana Charlotte Heffelmire é uma adolescente comum, exceto pelo fato de que ela salvou sua família de uma grande tragédia.
O pai da garota estava deitado embaixo de sua caminhonete enquanto arrumada as linhas de freio quando o macaco quebrou e jogou o peso do veículo em cima dele.
No mesmo instante em que o acidente aconteceu, parte do combustível vazou e começou a incendiar o carro. A garota, que havia voltado para casa para passar o Dia de Ação de Graças com os parentes, ouviu os pedidos de socorro e foi correndo para o local.
Quando viu que seu pai estava preso, ela ficou desesperada e decidiu tentar soltá-lo. Usou de toda a sua força e conseguiu resgatá-lo. Depois de libertar seu pai, ela tirou toda a família e os animais de estimação da casa, trancou a garagem para tentar conter o fogo e chamou os bombeiros.
Nem ela consegue explicar de onde veio a força para erguer uma parte do carro para ajudar seu pai. Em entrevista a um jornal local, ela definiu aquilo como “vigor louco”. Ela ainda afirmou que não se considera uma heroína ou algo do tipo, pois acredita que fez o que todos fariam.
Na última quinta-feira, dia 15, ela foi condecorada com um prêmio pelo grupamento de bombeiros de Fairfax County, na Vírginia.
Com informações do Good News Network.
Notícia publicada no Yahoo Notícias , em 17 de dezembro de 2016.
Glória Alves* comenta
Charlotte definiu a força que usou para erguer uma parte do carro para ajudar seu pai como um “vigor louco”. O que seria esse vigor? No momento em que escuta seu pai pedindo socorro e vê toda a cena, não se intimida e, pela vontade de salvá-lo, Charlotte age rápido. A adolescente imprimiu em si a maior potência da alma, a vontade.
Ouvimos dizer que querer é poder, embora ainda não tenhamos a certeza desse poder, mas é Léon Denis que nos ajuda nesse sentido, esclarecendo em seu livro “O Problema do Ser, do Destino e da Dor”, capítulo XX, que “a vontade é a maior de todas as potências” da alma e “o poder da vontade é ilimitado”.
Charlotte usou esse poder, a Vontade, que para muitos de nós ainda está esquecido, como também o trabalho do autoconhecimento. “O homem, consciente de si mesmo, de seus recursos latentes, sente crescerem suas forças na razão dos esforços.” Charlotte usa a energia mental concentrada na ação de salvar a família, é então que nesse momento a adrenalina entra em cena.
A adrenalina ou epinefrina é um hormônio neurotransmissor secretado pelas glândulas suprarrenais, responsável por preparar o corpo para grandes esforços, ela acelera o nosso coração e, em alguns casos, aumenta a força muscular da pessoa.
Liberado em situações de estresse, provoca uma série de mudanças destinadas a deixar o nosso corpo em condições de enfrentar o perigo e nos preparar para que nos protejamos, como por exemplo, na sensação de queda iminente, a adrenalina nos coloca em movimento e nos ajuda a agir a tempo, antes que um resultado fatal ocorra.
Esse “vigor louco” que Charlotte sentiu foi dado pela adrenalina que lhe fornece a força muscular necessária para erguer o carro e retirar seu pai. Todavia, considerando que não somos o corpo físico, mas Espíritos imortais, possuindo um corpo material, e que é o Espírito quem comanda o corpo, através do cérebro, é ele quem pensa, lembra, ama, sofre, se movimenta e age.
Charlotte usa a energia mental concentrada na ação de salvar a família. Mas o que a move? O amor! Sem o amor, a vontade fica incompleta, é o amor que a impulsiona e faz com que aja rapidamente.
“Os usos persistentes, tenazes, desta faculdade soberana (a vontade) permitir-nos-á modificar a nossa natureza, vencer todos os obstáculos, dominar a matéria, a doença e a morte”, completa Léon Denis, na obra supracitada.
E Allan Kardec, o nobre Codificador da Doutrina Espírita, na questão 860, de “O Livro dos Espíritos”, quando trata da lei de liberdade, pergunta aos Espíritos Superiores se o homem pode por sua vontade e pelos seus atos, evitar acontecimentos que deveriam realizar-se e vice-versa, e os Espíritos Benfeitores da Humanidade respondem que pode, “desde que esse desvio aparente possa caber na ordem geral da vida que ele escolheu. Além disso, para fazer o bem, como é do seu dever e único objetivo da vida, ele pode impedir o mal, sobretudo aquele que possa contribuir para um mal ainda maior”.
O amor e a vontade de salvar a família é o ‘vigor louco” que leva Charlotte a soltar seu pai, tirar toda a família e os animais de estimação da casa, e ainda dá tempo de trancar a garagem para tentar conter o fogo e chamar os bombeiros.
Amor, Sol das Almas. É o amor que nos libertará das amarras da ignorância, do egoísmo e do orgulho, fazendo com que todos nos vejamos um dia como irmãos, filhos de um mesmo Pai, Deus, a causa primeira do Amor.