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Mediunidade, fenômenos espíritas

1) Tenho visões onde aparece uma pessoa estranha… O que será isso? Também tenho uma espécie de sexto sentido, sei das coisas antes mesmo delas acontecerem. Isso é normal?

- É provável que você seja portadora de uma faculdade, que a Doutrina Espírita chama mediunidade. As visões de seres que não pertencem a esse mundo material são muitas vezes o contato com Espíritos: Seres como nós, no entanto sem o corpo físico. A mediunidade é uma faculdade humana. Da mesma forma que temos memória, inteligência, temos mediunidade. Todos somos médiuns de uma forma geral, todos estamos em contato com os Espíritos e somos por eles influenciados. A mediunidade pode ser considerada um “sexto sentido”, ou seja, um sentido além dos 5 sentidos físicos. Mas não é um um privilégio da criatura. Quanto à “saber do futuro”, ocorre que às vezes nós mesmos sintonizamos com determinadas faixas dos acontecimentos, e conseguimos vislumbrar ocorrências futuras. Isso é uma faculdade parapsicológica, ou seja, anímica, da própria pessoa. Quando um Espírito avisa ao médium de acontecimentos futuros, aí já é mediunidade, a pessoa recebeu do mundo espiritual a informação. No entanto, vale sempre lembrar que o futuro pertence a Deus.

Não se preocupe, isso é normal! Se você for um pouco mais jovem, talvez estejas travando contato com fenômenos que para você são novos. Recomendamos que procure uma casa espírita perto de onde você mora. A mediunidade é uma aptidão que deve ser educada. E o melhor local para se educar a mediunidade é o Centro Espírita. Se no Hospital existem as melhores condições para se realizar uma cirurgia, o Centro Espírita é o local onde se possui a melhor técnica de se orientar a mediunidade. Sugerimos a prática do Evangelho no Lar. É um trabalho simples: escolhemos alguns minutos por semana e nos reunimos com todos aqueles que vivem conosco, para o aprendizado das lições de Jesus. Recomendável seja feito esse estudo no mesmo dia da semana e horário. Iniciamos com uma prece espontânea, abrimos uma página do Evangelho e lemos, em voz alta, alguns trechos, comentando-os em seguida. Se seus familiares não quiserem participar da leitura, não desanime. Prossiga fazendo a leitura e reflexão do Evangelho, pois os bons espíritos e Jesus estarão te amparando.

2) Quais os cuidados que o médium que fracassou com seus deveres normalmente tem, quando retorna ao plano espiritual? Como é feita a preparação, no mundo espiritual, das tarefas mediúnicas?

- As respostas para estas dúvidas são explanadas de forma brilhante nos livros do Espírito Manuel Philomeno de Miranda, que escreve através da psicografia de Divaldo Pereira Franco. Ele nos apresenta numerosos casos dessa preparação pré-reencarnatória do médium e as conseqüências de não segui-la, isto é, sua falência moral no retorno ao mundo espiritual. Seu livro “Tormentos da Obsessão” é especialmente voltado para esse tema. Há ainda a obra “Os mensageiros”, pelo Espírito André Luiz, psicografado por Chico Xavier, que traz nos primeiros capítulos, em minudências, os bastidores, as conversas de espíritos que fracassaram e porque fracassaram, e como se encontram do outro lado da vida.

Como se sabe, a mediunidade é uma faculdade humana generalizada, que todos temos, variando em graus na população segundo suas predisposições orgânicas, e se expressa pela capacidade maior ou menor de perceber um Espírito comunicante (desencarnado ou encarnado emancipado). O médium propriamente dito é aquele que costumeiramente chamamos assim por possuir uma faculdade bem caracterizada, possibilitando uma comunicação fluente do Espírito comunicante.

Do ponto de vista espírita, o médium é uma pessoa como todas as outras, mas que se comprometeu em particular nessa área da atividade humana. O objetivo da prática mediúnica sempre será, diante da Consciência Cósmica, ajudar, entregar-se, renunciar ao próprio conforto para permitir a comunicação do espírito encarnado ou desencarnado. Essa atividade de caridade benevolente terá sua expressão máxima nas modestas salas de desobsessão, onde a fama e prestígio não chegam, porém onde o médium exercita todo seu potencial do bem.

Philomeno de Miranda faz uma análise geral da origem espiritual dos espíritas e dos médiuns em particular. De um modo geral, o espírita de hoje foi o falido de ontem em outras expressões de crenças. Após muito errar e se comprometer em outras religiões, seja deturpando-as ou atacando-as, imploraram uma existência de renovações, em busca de uma doutrina mais racional como é o caso do Espiritismo. Talvez com a mensagem clara, precisa, confortadora e responsabilizadora da Doutrina Espírita, poderiam encontrar-se a si mesmos e libertar-se das próprias paixões e vícios. A mediunidade seria o instrumento ideal de dedicação ao próximo. No livro “Tormentos da Obsessão”, páginas 258 a 264, o venerando Espírito Eurípedes Barsanulfo dialoga com um espírita (e médium) que estava encarnado e foi desdobrado no sono físico. O apóstolo de Sacramento relembra-o das responsabilidades contraídas antes de reencarnar e que agora estavam sendo barateadas pelas frivolidades mundanas: “Você partiu desta Colônia com um programa de ação espiritual muito bem delineado, no qual foram investidos muitos valores, e o atendeu por bom período da existência física. Abeberando-se na inexaurível fonte do Espiritismo, saciou a sede de informações e despertou para a tarefa que deveria realizar. A mediunidade franqueou-lhe o acesso à Espiritualidade que jamais deixou de regatear-lhe auxílio e apoio. Agora, quando a notoriedade o alcança, facultando-lhe ensejo para ampliar o campo de serviço e dedicação a Jesus e à Sua Doutrina, você começa a comprometer-se com a frivolidade e o mundanismo”.

Por vários motivos, médiuns deixam-se levar pela presunção, pela fama, pelo orgulho, pela vaidade, pelas paixões, pelos impulsos sexuais desequilibrados, pela busca do prazer pelo prazer, pelos vícios de toda ordem, etc., comprometendo-se mais uma vez gravemente diante das Leis de Deus. Sem perceber, tornam-se alvo fácil de obsessores, sejam inimigos do passado, sejam parasitas que se aproveitam da situação para alimentarem-se. Sua vida torna-se cada vez mais perturbadora. Quando desencarnam (geralmente antes do planejado), deparam-se com uma realidade que sua ingenuidade hipócrita não supunha. Portadores de numerosos distúrbios psiquiátricos, com a mente infestada de clichês mentais e associados a obsessores, são arrastados a regiões tormentosas que eles mesmos inconscientemente procuram, incapacitados de elevar o pensamento a Deus e pedir socorro. Os que isso conseguem, são imediatamente atendidos pelos Espíritos do Bem, que aguardavam esse momento oportuno para auxiliarem.

O número de casos semelhantes a estes foi tão grande, que Eurípedes Barsanulfo rogou a Jesus a permissão de criar um Nosocômio especial para esses Espíritos (espíritas, médiuns) perturbados e falidos. Hoje, um grande número de pacientes nesse estado recebem um tratamento especial, com carinho, amorterapia, musicoterapia, fluidoterapia, laborterapia e outras técnicas especiais, como cirurgias no perispírito, desintoxicação mental dos clichês, desobsessão, etc., sempre estimulando que o paciente recupere a si próprio e sinta-se capaz de ajudar.

Assim sendo, vários são os cuidados com médiuns falidos no plano espiritual. Precisamos todos nós, agora, refletirmos sobre nossa própria existência observando nossa função, traçarmos uma linha de conduta ideal e, finalmente, abraçarmos essas atividades de total renúncia em favor do próximo.

3) O que é telecinesia para o Espiritismo? E a leitura do pensamento?

- Telecinesia significa o movimento de objetos à distância, aparentemente sem forças mecânicas.

Telepatia significa a permuta de pensamentos entre encarnados.

Esses termos são largamente usados em ciências respeitáveis como a Parapsicologia; nesse sentido, antes de tudo, recomendamos que você procure fontes na Parapsicologia para conhecer outras descrições ou explicações para o fenômeno.

Para o Espiritismo, a telecinesia pode ser explicada principalmente pela Teoria das Manifestações Físicas (O Livro dos Médiuns, capítulo 4 da 2ª parte, Allan Kardec). Apesar de ser teoricamente possível um magnetizador encarnado exteriorizar sua energia vital (fluido elétrico animalizado, fluido nervoso) para envolver um corpo sólido e movimentá-lo à distância, é muito difícil isso ocorrer e raros relatos foram feitos. Quase sempre (senão sempre), há a interferência dos Espíritos desencarnados, através de um fenômeno mediúnico de efeitos físicos. O mecanismo pelo qual isso ocorre está explicado no capítulo citado e também no cap. 19 do mesmo livro. O Espírito manifestante ( costumeiramente chamado de “Espírito Batedor” por produzir esse tipo de fenômeno) direciona seu pensamento para o médium e para o objeto alvo (uma mesa, por exemplo); os fluidos espirituais vibram-se e o perispírito do médium capta essa informação; esta é decodificada e reage sobre o corpo orgânico do médium que passa a secretar os fluidos animalizados; estes se combinam com os fluidos espirituais do desencarnado e vão envolver o objeto alvo, modificando-lhe as propriedades para fazer batidas (médium tiptólogo), movimentar (médium motor, de translação) ou transportar a grandes distâncias (médium de transporte). Interessante observar que o médium mesmo pouco interfere na direção do movimento em si, sendo esses fenômenos geralmente espontâneos e quase sempre à revelia do médium.

A telepatia, na Doutrina Espírita, faz parte do capítulo das Evocações (cap. 25 de O Livro dos Médiuns) e da Emancipação da Alma. Quando um Espírito (encarnado ou desencarnado) pensa, imediatamente envia ondas de fluidos que vibram na direção desejada além de plasmá-lo, tomando até uma forma (Obras Póstumas, Allan Kardec, Fotografia e Telegrafia do Pensamento). Os desencarnados, mesmo os inferiores, em geral possuem facilidade de captar essas ondas e imagens, pois sem o corpo grosseiro limitador as sensações, possuem o perispírito que pode ser sensível a essas vibrações. Já os encarnados são incapazes de percebê-las devido ao direcionamento das sensações aos sentidos limitados do corpo físico. Em alguns casos, porém, o perispírito pode expandir-se e desprender-se parcialmente do corpo (emancipação) e o encarnado então adquire a capacidade parcial de captar essas ondas fluídicas de informações. Se um desencarnado lança um pensamento e o encarnado-alvo capta, dependendo de sua possibilidade mediúnica, este pode sentir apenas uma inspiração ou até ter seu corpo físico governado pelo emissor. Se um encarnado for o emissor para outro desencarnado, e o receptor possuir condições emancipatórias e quase mediúnicas, poderá compreender o pensamento enviado. Neste caso, configura-se a telepatia. Kardec estuda o fenômeno junto com as Evocações porque estas são, na verdade, um chamamento direcionado mais intensamente do pensamento para um Espírito alvo. Se ocorrer uma evocação recíproca entre encarnados, poderá ocorrer a telepatia:

65- Duas pessoas evocando-se reciprocamente, poderiam transmitir-se os seus pensamentos e corresponder-se? - Sim, e essa telegrafia humana será um dia um meio universal de correspondência.

Dessa maneira, os dois fenômenos discutidos são dependentes dos fluidos e do perispírito. Para melhor aprofundar nesse assunto, também recomendamos “A Gênese”, de Allan Kardec, cap. 14. De qualquer forma, esses estudos apenas ressaltam a importância da vigilância do nosso pensamento num sentimento cristão, pois tudo que emitirmos trará suas conseqüências boas ou ruins, positivas ou negativas, e o primeiro afetado será sempre nós mesmos.

4) Estou entrando em contato, pois não sei mais o que acontece. Tenho visões acordado, compreendo linguagens estranhas, vi apenas parte do corpo de alguém caminhando lentamente até mim (com uma sensação de estar em transe ou coisa assim). Também vejo coisas que acontecem no futuro e tenho sentimentos que sei que parecem pertencer a outra pessoa. Não sou espírita, tenho medo de ir a um centro espírita, nem sei por que, mas tenho medo. Preciso de ajuda. O que podem dizer pra mim?

- Que Deus, Pai infinitamente justo e bom, o ilumine e auxilie nossos propósitos de esclarecimento.

Ficamos felizes por sua confiança em nos passar suas dúvidas e questionamentos.

Vamos iniciar explicando a você sobre a Doutrina Espírita:

O Espiritismo é uma doutrina que trata da natureza, da origem e do destino dos Espíritos e de suas relações com a vida material. Foi revelada pelos próprios Espíritos, superiores em seus conhecimentos e sabedoria, e codificada (organizada) em 1857 por um professor francês conhecido como Allan Kardec.

Surgiu, pois, na França, há mais de um século. Traz em si três faces: filosofia, ciência e religião (moral).

O Espiritismo possui cinco princípios básicos, de onde procedem todas as suas práticas:

1 - A existência do Espírito e sua sobrevivência após a morte. 2 - A reencarnação. 3 - A lei de causa e efeito. 4 - A comunicação entre o mundo material e espiritual. 5 - A evolução progressiva dos Espíritos.

Tais princípios estão contidos nas cinco obras básicas da Codificação, que os analisa de maneira racional e interessante. São elas:

  • O LIVRO DOS ESPÍRITOS (1857). Obra de caráter filosófico. É considerado a espinha dorsal do Espiritismo, já que todas as outras obras partem de seus princípios.

  • O LIVRO DOS MÉDIUNS (1861). Demonstra as conseqüências morais e filosóficas decorrentes das relações entre o mundo material e espiritual.

  • O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO (1864). Parte moral da Doutrina Espírita. Ensina a moral cristã através de comentários sobre as principais passagens da vida de Jesus Cristo.

  • O CÉU E O INFERNO (1865). Allan Kardec apresenta a verdadeira face do desejado Céu, do temido Inferno, como também do chamado Purgatório. Põe fim às penas eternas, demonstrando que tudo no universo evolui, além de exemplos de experiências da continuidade da vida transmitida pelos próprios desencarnados.

  • A GÊNESE (1868). Mostra como foi criado o mundo, como apareceram as criaturas e como é o Universo. É a parte científica da Doutrina. Explica a Criação, colocando a Ciência e a Religião face a face.

Vamos, a partir daqui, conversar sobre o 4º princípio básico, que é a comunicação entre o mundo material e o espiritual (mediunidade).

Allan Kardec, em “O Livro dos Médiuns”, nos explica o que é mediunidade: (cap. XIV, item 159) - “Toda pessoa que sente, em um grau qualquer, a influência dos Espíritos, por isso mesmo, é médium. Esta faculdade é inerente ao homem e, por conseqüência, não é privilégio exclusivo; também são poucos nos quais não encontrem alguns rudimentos dela. Pode-se, pois, dizer que todo mundo é, mais ou menos, médium. Todavia, usualmente, esta qualificação não se aplica senão àqueles nos quais essa faculdade está nitidamente caracterizada, e se traduz por efeitos patentes de uma certa intensidade, o que depende, pois, de um organismo mais ou menos sensível.

Ainda no mesmo livro (2ª parte; cap. XXII): – “que é médium? É o ser, é o individuo que serve de traço de união aos Espíritos, para que estes possam se comunicar com facilidade com os homens (…)”.

É uma faculdade natural de toda criatura. Podemos dizer que é um canal psíquico que todos possuem e que liga o Espírito encarnado ao mundo invisível. É, portanto, através da mediunidade que os encarnados recebem a comunicação dos desencarnados, funcionando como uma ponte entre os dois planos. Embora seja faculdade comum a todas as criaturas, em alguns indivíduos ela se encontra mais exacerbada, sendo capaz de produzir fenômenos ostensivos como a profetização, a psicografia, vidência, audiência, além de outros fenômenos cujos efeitos são físicos.

Sendo uma faculdade orgânica, não depende da qualidade moral de quem a possui. Isso faz com que haja uma grande diversidade no uso que se faz dela, existindo tanto aqueles que a utilizam para o bem, como para fins ilícitos, inclusive os comerciais. Se todos são dotados desse canal psíquico por onde recebem influência espiritual, logo todas as pessoas são médiuns (como explicado por Kardec). Há aqueles, contudo, com uma capacidade ostensiva de receber e transmitir comunicações de Espíritos, atuando como intermediários ou como agentes das manifestações dos Espíritos, cuja faculdade, suscetível de desenvolvimento, quando bem direcionada, pode ser utilizada como um importante meio que os Espíritos superiores utilizam para edificar o ser ao nível do entendimento.

Poderemos perguntar: mas a mediunidade foi inventada pelo Espiritismo? A mediunidade, tampouco os médiuns, não são privilégios do Espiritismo ou foram inventados por ele. A mediunidade sempre existiu, uma vez que sempre existiram os planos material e espiritual. A própria Bíblia refere-se às suas manifestações em diversas de suas passagens, assim como é identificada nas práticas de muitas religiões da atualidade, embora com outros nomes. Jesus é o maior médium que a Terra já viu. Podemos encontrar na Bíblia muitos fenômenos realizados por Ele, mostrando sua ligação com o plano espiritual. O Espiritismo simplesmente trouxe os ensinamentos capazes de nos orientar a tirar melhor proveito da mediunidade, no sentido de fazer dela um instrumento moralizador e de libertação dos Espíritos. É uma fonte material que prova a sobrevivência da alma após a morte, ampliando nossos conhecimentos acerca dos ilimitados horizontes espirituais. Sua prática não tem como meta apenas a produção de fenômenos destinados a despertar os incrédulos ou curar suas enfermidades espirituais ou carnais; serve para alertar o ser humano de sua necessidade de despertar para o sentido verdadeiro da vida e da prática incondicional da caridade.

Pelo que você nos relata das ocorrências em todas as suas visões e sensações, podemos classificá-lo como médium. A faculdade desperta em nós com o objetivo de que sejamos pontes de ligação, para auxiliar o próximo, encarnado ou desencarnado. Deus, em sua Bondade Infinita, nos concede as ferramentas com as quais podemos utilizar para o nosso crescimento e o crescimento do próximo. Cada pessoa encarnada na Terra tem uma meta a cumprir, um trabalho a realizar, para ajudar na harmonia do todo e no crescimento moral das criaturas. O Pai Celestial lhe concedeu essa faculdade para que realize o bem a si mesmo e a quem estiver ao seu alcance. Não tenha receio, medo ou idéias pré-concebidas. Abrace esse dom e faça dele o canal de amor e fraternidade para com o próximo.

A eclosão (manifestação) da mediunidade traz sintomas que eventualmente geram incômodos, como os que você relata – transtornos físicos e psíquicos, constrangimentos, curiosidade, medo, entre tantos outros, uns mais perturbadores e outros mais sutis. Todos eles, porém, são o resultado do desconhecimento do que sejam as faculdades mediúnicas e da falta de adaptação e controle sobre elas. Sugerimos que você freqüente uma Casa Espírita, que participe de grupos de estudo. É importantíssimo o estudo, para que, através do esclarecimento, entendamos melhor o lado espiritual, o que acontece em nós (no caso da mediunidade) e como podemos melhor agir. A tendência será a diminuição da intensidade dos sintomas gradualmente até que se adapte e controle totalmente o dom que possui.

Você nos diz do medo de freqüentar uma casa Espírita. Recomendamos a leitura das orientações contidas no site seguinte para conhecer de forma mais simples o que é o Espiritismo e quais as práticas realizadas. Acesse http://www.celd.org.br/celd_introducao.php .

Além do estudo, a Casa Espírita nos oferece palestras e o passe. Assistindo às palestras, prestando a devida atenção, sempre encontraremos respostas para as nossas dúvidas, por meio dos ensinamentos dos oradores e a assistência inspiradora dos nossos mentores e protetores espirituais. Você também poderá beneficiar-se do passe, que constitui-se duma transfusão de energias, que nos revigoram e reanimam. O tratamento magnético (passes) vem como um poderoso recurso para o equilíbrio que todos precisamos e nele encontramos o suporte espiritual para nossas lutas cotidianas. Igualmente, a participação em atividades de caridade, de ajuda ao próximo, proporciona a higiene mental necessária à nossa renovação.

A melhor forma de lidarmos com a mediunidade, que, sabemos, é a capacidade de interagir com os Espíritos, é escolhermos as companhias espirituais que desejamos ao nosso lado. Popularmente, dizemos “diga-me com quem andas que direi tu és”. Entretanto, em termos de relações espirituais dizemos: “diga-me o que pensas que direi com quem andas”. Assim, devemos reformular nossos valores e reformarmo-nos intimamente para selecionarmos os companheiros que conosco caminham.

É recomendável que você leia e reflita sobre os ensinamentos de Jesus, conforme nos orienta “O Evangelho segundo o Espiritismo”, e pratique-os diariamente. Também, recorra sempre à prece quando sentir-se incomodado pelas influências que sofre. Peça amparo aos amigos espirituais para harmonizar-se. Mais abaixo, mais orientações sobre as influências espirituais, atitude mental e a prece.

Procure cultivar o hábito da oração e manter-se em vigilância, no pensamento, no falar e no agir. Deus conhece os nossos mais profundos desejos, mas extravasá-los intensamente pelo pensamento podem ajudar a que se concretizem. O pensamento é uma energia muito poderosa. A força e o poder da fé transmitem-se à prece, enunciada com emoção e sinceridade.

Sugerimos fazer a Reunião do Evangelho no Lar, se ainda não o faz, para que não somente você, mas todos da família, e auxiliares, possam receber os seus benefícios, que envolvem todo o ambiente doméstico. Segundo Emmanuel, Espírito, não devemos esquecer a necessidade de trazer o Cristo para o cenário de amor onde nos refugiamos.

É um trabalho simples: escolhemos alguns minutos por semana e nos reunimos com todos aqueles que vivem conosco, para o aprendizado das lições de Jesus. Recomendável seja feito esse estudo no mesmo dia da semana e horário. Iniciamos com uma prece espontânea, abrimos uma página do Evangelho e lemos, em voz alta, alguns trechos, comentando-os em seguida. Os companheiros participantes devem expor suas dúvidas, seus temores e dificuldades. Através da conversação edificante produzida, os benfeitores da espiritualidade superior “distribuirão a todos idéias e forças, em nome do Cristo, para que horizontes novos iluminem o espírito de cada um.”

Um Roteiro e outros esclarecimentos sobre o assunto poderão ser encontrados no seguinte endereço: /evangelho_no_lar_online

Assista também aos vídeos abaixo, acessando o site www.virtual.espiridigi.net - seção Multimídia > vídeos:

Programas Espíritas:

  • Terceira Revelação - 06 – A mediunidade ao longo da história;
  • Terceira Revelação - 08 – Mediunidade;
  • Terceira Revelação - 20 – Influência dos Espíritos;
  • Terceira Revelação - 37 – Prece.

Revista Informação:

  • Atitude Mental;
  • A Influência Espiritual;
  • Perturbação Espiritual.

Sugerimos as seguintes leituras para dar a você as orientações iniciais:

  • “Mediunidade: Caminho para ser feliz” – Suely Caldas Schubert (ver trecho do livro ao final);
  • “O Livro dos Médiuns” – capítulo XIV: Dos médiuns.

Caso haja interesse, a Codificação Espírita e outros livros instrutivos poderão ser baixados no site www.espiritismo.net/portugues_download ou www.virtual.espiridigi.net (Biblioteca Virtual).

Um ótimo material de estudo que recomendamos a você são outros vídeos para download contidos no site http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/PesquisaObraForm.do?select_action=&co_autor=10314 . Diversos aspectos são abordados e dará a você uma visão ampla sobre o Espiritismo.

Recomendamos, caso seja possível e haja interesse, participar de nossas atividades na Internet (estudos, palestras, vibrações e Atendimento Fraterno), via Paltalk (programa de áudio-conferência). Informe-se sobre o programa - instalação e uso - no site www.espiridigi.net/paltalk , além da programação semanal de nossos grupos de trabalho, com as atividades e horários.

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O QUE É SER MÉDIUM

Do Livro Mediunidade: Caminho para ser feliz - Suely Caldas Schubert - Editora Didier

Você se indaga, às vezes, se as sensações que tem sentido são realmente de caráter mediúnico ou apenas estados emocionais ou, ainda, se certos acontecimentos não seriam meras fantasias ou suposições erradas, por ficar impressionado em demasia com tudo o que lhe ocorre.

Porém como saber? Afinal, o que é ser médium?

Usualmente, denomina-se médium aquele em quem a faculdade mediúnica se mostra de forma ostensiva. Entretanto é bom saber que todos os seres humanos têm mediunidade em estado latente, como um princípio, uma semente, que poderá ou não desabrochar no curso da existência terrena.

Allan Kardec, o Codificador do Espiritismo, explica que todos os indivíduos são mais ou menos médiuns, no sentido de que somos influenciáveis pelas sugestões alheias, podendo estas partir de espíritos desencarnados que nos desejam influenciar.

Isto se dá através da sintonia mental, de forma espontânea e natural, surgindo na mente do indivíduo como uma idéia, um pressentimento, que são também chamados de “intuição”. Isto pode estar sendo lançado por um espírito desencarnado, e a pessoa aceitará a idéia ou não, dependendo do seu livre arbítrio.

Voltemos ao termo “médium”. É importante saber que esta palavra significa aquilo que está no meio". Allan Kardec propôs esta terminologia, inclusive as palavras “Espiritismo”, “espírita”, etc, para designar coisas novas trazidas pelos Espíritos Superiores à Humanidade.

Assim, médium é o intermediário, aquele que intermedia a comunicação de um espírito com as demais pessoas.

A eclosão da mediunidade não depende de religião, idade, raça ou sexo. Muitas criaturas, não conhecendo nada sobre o assunto, ficam amedrontadas, outras temem as responsabilidades que são inerentes ao exercício mediúnico e recusam-se a conscientizar-se acerca da sua faculdade. Evitam de todas as maneiras qualquer conversa ou situação relacionadas com o tema, mas, se os sinais de mediunidade forem muito evidentes, intensos e freqüentes, essas pessoas ficam sujeitas a alguns problemas mais graves decorrentes das presenças espirituais ao seu lado, as quais captam sem saber como se defender ou precaver-se contra assédios negativos.

Mas, afinal, como saber se sou médium ostensivo? É a pergunta que lhe ocorre.

Existem indícios que caracterizam a presença da mediunidade de forma expressiva. O Espiritismo aclara e orienta todo esse processo, auxiliando o médium principiante e possibilitando o exercício da mediunidade de maneira equilibrada e serena, que lhe confere bem-estar e paz interior.

Alguns dos indícios do desabrochar da mediunidade podem ser relacionados. São eles:

  • alterações emocionais súbitas;
  • acentuada sensibilidade emotiva;
  • vidências;
  • necessidade compulsiva e inoportuna de escrever idéias que não lhe são próprias;
  • calafrios, sensação de formigamento nas mãos e na cabeça;
  • mal-estar em determinados ambientes ou em presença de certas pessoas;
  • sensações de enfermidades inexistentes.

Estes sintomas podem surgir de forma associada, com maior ou menor intensidade, prevalecendo um ou outro ou vários, conforme a condição espiritual do indivíduo.

Que fique bem claro que alguns desses sintomas citados podem ocorrer, sem que seja necessariamente um sinal de predisposição mediúnica. Outro ponto que merece ser ressaltado é que mediunidade não é doença. Também não deve ser encarada como um privilégio ou, sob outro aspecto, como uma sobrecarga de responsabilidade de tal teor, que somente uns poucos conseguirão levá-la adiante.

O desabrochar da mediunidade representa para o ser humano um horizonte novo que se abre para ele. É um chamamento, um convite a fim de que se volte para o bem, que desperte para as realidades maiores da vida. É uma responsabilidade sim, mas, sendo vivenciada com seriedade, com amor e disciplina, será sempre fonte de benefícios, em primeiro lugar para o próprio médium.

Às vezes as pessoas têm uma impressão distorcida acerca do Espiritismo pelo que a mídia apresenta, ou seja, pessoas que são médiuns mas que, na verdade, não são espíritas, embora assim se apresentem, e que se utilizam da sua faculdade para aparecerem, para divulgarem suas produções mediúnicas, mas que não têm as características espíritas, cujas orientações são sempre voltadas para fins sérios, altruísticos e renovadores, sem qualquer conotação de rituais ou de lucros materiais.

Se você apresenta as características acima mencionadas, se o que lhe está acontecendo se encaixa nestes pontos relacionados, é provável que a mediunidade lhe esteja sinalizando a busca de uma nova vida, de um caminho novo, espiritualizado, para que você encontre, enfim, o sentido transcendente da vida terrena.

“A mediunidade não veio em minha vida por acaso. É um compromisso que assumi perante a Espiritualidade Maior. É como um convite para reavaliar tudo o que fiz até hoje e recomeçar em bases espiritualizadas e seguras, descobrindo através do intercâmbio com os seres invisíveis um novo caminho para ser feliz.”

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