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  • O plano da Nasa para transformar Marte em um planeta habitável

Cientistas da Nasa, a agência espacial dos Estados Unidos, dizem que Marte poderia ser habitável caso fosse criado artificialmente algo que a Terra já tem: um campo magnético protetor. Claudio Conti comenta.

  • Data :05/08/2017
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Seus próprios criadores reconhecem que se trata de uma estratégia que pode parecer obra de ficção científica, mas asseguram que é viável.

Cientistas da Nasa, a agência espacial dos Estados Unidos, dizem que Marte poderia ser habitável caso fosse criado artificialmente algo que a Terra já tem: um campo magnético protetor.

Esse escudo é essencial para evitar o impacto da radiação e ventos solares potentes.

De acordo com pesquisadores da Divisão de Ciência Planetária da Nasa (PSD, sua sigla em inglês), é possível gerar um campo semelhante ao redor do Planeta Vermelho.

A proposta foi apresentada recentemente em uma oficina do workshop Visões para a Ciência Planetária 2050, realizado pela agência.

De olho no passado

Hoje, Marte é um planeta dominado pelos extremos.

A falta de atmosfera faz, por exemplo, com que a temperatura atinja 20°C durante o dia e -80°C durante a noite.

Mas o Planeta Vermelho era muito diferente no passado: dados das missões Maven, da Nasa, e Mars Express, da ESA (a agência espacial europeia) sugerem que ele tinha um campo magnético natural.

Essa proteção sumiu há cerca de 4,2 bilhões de anos e, como resultado, a atmosfera marciana desapareceu gradualmente ao longo dos 500 anos seguintes.

O que os pesquisadores propõem, então, é recuperá-la usando tecnologia de ponta para restaurar o planeta Marte do passado, com sua atmosfera, temperaturas mais altas e parte de seus antigos oceanos.

Campo magnético

“No futuro, é bem possível que ela (a tecnologia) possa gerar um campo magnético de 1 a 2 Teslas contra o vento solar”, disse Jim Green, da divisão de ciência planetária da Nasa.

Green e seus colegas propõem a instalação de um dipolo magnético, na forma de um satélite, para que ele acompanhe o planeta em sua órbita, protegendo-o.

Um dipolo é um elemento específico que produz um campo magnético dipolar (dois polos magnéticos opostos).

O cientista assegura que já foram criadas magnetosferas artificiais em miniatura para proteger tripulantes de naves espaciais.

De acordo com simulações feitas por pesquisadores da Nasa, um campo magnético implantado no chamado ponto de Lagrange L1 seria suficiente para ampliar a espessura da atmosfera e o aumento da temperatura em 4°C.

Pontos de Lagrange ou pontos L são as posições em um sistema orbital em que um objeto pode estar em relação a objetos maiores.

Colônia humana

A magnetosfera artificial poderia desviar o vento solar, a exemplo do que acontece com um campo magnético natural.

O aumento da temperatura, por sua vez, poderia derreter o dióxido de carbono no polo norte do planeta. E isso criaria um efeito estufa que aumentaria ainda mais a temperatura até alcançar condições compatíveis com a presença de água no estado líquido.

“Uma atmosfera marciana com maior temperatura e pressão permitiria que houvesse água em estado líquido suficiente na superfície para melhorar a exploração humana na década de 2040”, diz Green.

A blindagem magnética também facilitaria a chegada de missões ao Planeta Vermelho.

A Nasa revelou em 2015 o seu plano de viagem a Marte, que prevê a existência de uma colônia humana em 2030.

Para Green, se fosse criado um campo magnético artificial, “as novas condições em Marte permitiriam que os pesquisadores e exploradores estudassem o planeta com muito mais detalhes”.

“E se isso for alcançado… a colonização de Marte não estará muito longe.”

Notícia publicada na BBC Brasil , em 8 de março de 2017.

Claudio Conti* comenta

Nas questões 780 e 780a de O Livro dos Espíritos encontramos a informação de que o aprimoramento intelectual é um facilitador do avanço moral. O planeta Terra, enquanto mundo de expiações e provas, é um exemplo típico de uma relação não equilibrada entre intelectual e moral, na qual a moral não acompanha o intelectual. Em decorrências de nossas características imediatistas, não nos dedicamos a prevenção por melhores condições de habitabilidade do planeta, por requerer a utilização de tempo e energia para questões que não trazem benefícios visíveis e imediatos.

Ao longo dos séculos verifica-se o surgimento de dificuldades que forçaram o ser humano a buscar condições de contorná-las, exercitando o intelectual. Muitas destas dificuldades ceifaram numerosas vidas humanas.

Excetuando as catástrofes naturais, que são difíceis de analisar sob a visão comportamental dos habitantes, as dificuldades são, em sua grande maioria criadas pelo próprio homem.

Citemos, por exemplo, a Peste Bubônica ou Peste Negra, que assolou a Europa no Século XIV. Tomando porte de uma epidemia, esta enfermidade foi gravemente acentuada em decorrência da deficiente condição de higiene. O ambiente insalubre em que viviam proporcionava tanto o avanço da enfermidade quanto do contágio. A Peste forçou mudanças comportamentais, conduzindo a condições mais adequadas de vida.

Em meados da década de 80 o mundo vivenciou o aparecimento da AIDS. Houve um grande estardalhaço na época, sobre as vias de contaminação, dentre elas a relação sexual e uso coletivo de seringas para aplicação de drogas injetáveis. A população em geral acreditava-se fora do “grupo de risco” que consistia dos homossexuais, prostitutas e toxicômanos. Contudo, gradativamente foi sendo observado o surgimento de casos em pessoas que eram consideradas “fora” do grupo de risco em decorrência de encontros extraconjugais, ou que mantinham relações sexuais desregradamente.

No caso em questão, a AIDS, optou-se pelo uso de preservativos, seringas descartáveis e drogas não injetáveis, ao invés de condutas comportamentais mais adequadas.

Há alguns anos presenciamos outra situação difícil, a Pneumonia Asiática. Mais recentemente vivemos, em alguns estados da região sudeste do Brasil, o surgimento da febre amarela em ambiente urbano em decorrência do desmatamento.

Atualmente vivemos no “cheque especial” do planeta, isto é, usamos e abusamos dos recursos naturais descontroladamente, sem nos atentarmos para as consequências. Quanto tempo mais o planeta suportará? A solução seria explorar outro planeta ou trabalhar pela manutenção deste?

A pessoa comum pode não interferir no comportamento mundial, mas certamente pode mudar seu comportamento pessoal e interferir, de alguma forma, naqueles que a rodeiam, visando uma existência mais tranquila.

O esforço por uma existência mais tranquila hoje propiciará ensejo para existências cada vez mais produtivas. A energia e tempo direcionados hoje para comportamentos mais adequados são ações preventivas para o futuro do espírito.

  • Claudio Conti é graduado em Química, mestre e doutor em Engenharia Nuclear e integra o quadro de profissionais do Instituto de Radioproteção e Dosimetria - CNEN. Na área espírita, participa como instrutor em cursos sobre as obras básicas, mediunidade e correlação entre ciência e Espiritismo, é conferencista em palestras e seminários, além de ser médium psicógrafo e psicofônico (principalmente). Detalhes no site www.ccconti.com .