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Aborto, Eutanásia, Pena de Morte e Suicídio

O que acontece com a alma de quem se mata? Perde a alma? A alma tem salvação?

Segundo a Doutrina Espírita a alma é imortal, portanto é indestrutível. Um dos princípios básicos da Doutrina Espírita é a reencarnação que representa uma das formas pela qual se manifesta a Justiça de Deus. Portanto, todas as almas têm salvação.

Em uma reencarnação a criatura desenvolve valores; noutra, ela já realiza outra experiência, como se fossem etapas, séries de uma grande escola. Quando alguém se equivoca e falha em uma existência corporal reencarna-se mais tarde com os mesmos problemas e repete a experiência fracassada. Quando vence as dificuldades, é promovido a um estágio superior.

Somos Espíritos em aprendizagem, em constante progresso. Todos nós, um dia, seremos perfeitos, felizes. Como bem disse Jesus: “Nenhuma das ovelhas de meu Pai se perderá, mas todas elas terão que pagar ceitil, por ceitil, do que devem”. Equivale dizer que, nenhum de nós estará mergulhado em um sofrimento eterno. Não! O Pai é de Infinita Bondade. E se é infinitamente Bom, não podemos imaginar que ele Castiga seus filhos eternamente por uma falta! Às vezes, nem um pai humano faz isso. Imaginemos Deus!

No entanto, todos nós teremos que recuperar as nossas faltas, reeducar os nossos sentimentos, para um dia chegarmos à felicidade total. Aquele que se suicida comete um crime grave! Talvez seja um dos crimes de maior gravidade. Isso porque ele tenta destruir o maior patrimônio que existe: A Vida! E ele não é Autor da Vida, mas sim alguém que desfruta da Vida. Os Espíritos Suicidas que se comunicam falam das suas dores, do seu remorso intenso. A primeira decepção do suicida é se deparar, surpreendido, com a Vida. Ele esperava que fosse mergulhar em um escuro total, na Inconsciência. Mas, o que ocorre é totalmente diferente. Ele continua vivo. Com os mesmos problemas!

Uma sensação que ocorre também é o suicida encontrar-se preso ao corpo físico. Porque ele destruiu o corpo, mas não houve desencarnação natural. Ou seja, os laços que prendiam o espírito ao corpo não foram, por assim dizer, liberados. O que ocorre então são sensações de dores horríveis! Ele acompanha o enterro, e sente todo o processo de transformação do corpo. A decomposição, os vermes roerem o corpo, os suicidas experimentam as sensações com dores incríveis!

O sofrimento da consciência arrependida é difícil de ser narrado por eles. Eles constatam que não conseguiram fugir dos problemas, e agora estão em situação pior. Porque terão que reencarnar talvez em um corpo doente, para dar valor à vida.

Uma das obras da Doutrina Espírita mais lidas, “Memórias de um Suicida”, recebida pela médium Yvonne do Amaral Pereira, narra o martírio dos suicidas. A conclusão que se tira desse livro é que: todas as misérias humanas, todas as desgraças, todas as tragédias juntas, são muito pouco ao lado dos sofrimentos que o suicídio proporciona.

Como ajudar um suicida? Através da oração. A oração, o pedido a Deus por aquela alma, é como se fosse um bálsamo, um alivio na sua vida. O Espírito sente, e fica sensibilizado com as preces que fazem por ele!

Se alguém sente a vontade ou pensa em abreviar a própria vida pensando em solucionar seus problemas, recomendamos buscar ajuda em uma casa espírita séria, perto de onde se encontra ou contate a Federação Espírita do seu Estado para maiores esclarecimentos. Também sugerimos a prática do Evangelho no lar. É um trabalho simples: escolhemos alguns minutos por semana e nos reunimos com todos aqueles que vivem conosco, para o aprendizado das lições de Jesus.

Recomendável seja feito esse estudo no mesmo dia da semana e horário. Iniciamos com uma prece espontânea, abrimos uma página do Evangelho e lemos, em voz alta, alguns trechos, comentando-os em seguida. Se os familiares não quiserem participar da leitura, não se deve desanimar, e sim prosseguir fazendo a leitura e reflexão do Evangelho, pois os bons espíritos e Jesus estarão amparando.

A pílula do dia seguinte é considerada aborto mesmo que não tenha havido fecundação ainda, e esta tenha evitado que ela ocorresse?

Esta questão é de grande importância, pois trata de bioética, isto é, uma reflexão crítica e imparcial, apoiada sobre fatos, que estuda a melhor conduta do ser humano diante das descobertas e dados científicos na área da biologia e da saúde. O Espiritismo, que trata da natureza, da origem e do destino da criatura humana, fornece a contribuição profunda a essas questões.

Uma questão muito simples, mas que confunde muitos pensadores, é sobre o começo da vida. Quando podemos dizer que o ser humano adquire vida? O Livro dos Espíritos (nas questões 344 a 360) e A Gênese (capítulo XI, item 18), ambos de Allan Kardec, não deixam dúvidas de que a vida começa na fecundação, em geral na tuba uterina da mulher, quando o perispírito do reencarnante liga-se fortemente à célula-ovo, ou zigoto (produto diplóide - com 46 cromossomos - da união da célula germinativa masculina e da feminina)*. Depois da fecundação no terço distal da tuba uterina, o embrião, o novo indivíduo (a tríade hominal - corpo geneticamente ímpar, perispírito e Espírito) deve caminhar até o útero, levando cerca de 1 (uma) semana para implantar-se (nidação). Para essa caminhada e nidação, é necessário que todos o aparelho feminino esteja funcionando adequadamente e o útero esteja na fase secretória (adequada para o embrião), sob um controle hormonal natural da mulher. Em qualquer atraso, o embrião “morre de fome”, por falta de nutrientes, e é absorvido pelo próprio organismo da mulher e o Espírito desliga-se para aguardar nova oportunidade reencarnatória.

A “pílula do dia seguinte” ou anticoncepcional de emergência, nada mais é do que uma dose muito alta de hormônio feminino (estrógeno e/ou progesterona) sintético, o mesmo utilizado em pílulas anticoncepcionais “normais”, elaborado para prevenir uma gravidez indesejada após o coito supostamente desprotegido, ou seja, sem nenhum outro método anticoncepcional. Pode ser usado até 72 h após a relação sexual, mas sua eficiência é proporcional à precocidade do uso. É administrado livremente ou legalmente em caso de estupro (a lei brasileira é a favor do aborto em caso de estupro). Independente de qualquer reflexão ética, o fato de ser uma alta dose de hormônio sintético, além dos efeitos colaterais imediatos que causa, o uso repetitivo predispõe a diversas doenças na mulher, dentre elas, o câncer de mama. Seu mecanismo de ação na contracepção é múltiplo e repousa sobre as alterações hormonais sobre o trato genital feminino. Pode retardar ou inibir a ovulação, dificultar a união do espermatozóide e do óvulo, mas, principalmente, age sobre as tubas uterinas e a parede uterina para desfavorecer a migração do embrião (já formado) e sua implantação na parede uterina.

Portanto, o anticoncepcional de emergência é, segundo o Espiritismo, aborto se já tiver ocorrido a fecundação e a ligação do perispírito. Se não houver ocorrido a fecundação, não é aborto. Porém, a ética não pode lidar com hipóteses, já que trata do comportamento humano: usar ou não usar, qual é o mais ético? Se há a possibilidade do aborto (não conhecemos pesquisas sobre a porcentagem), por menor que seja, a ética e o bom senso, diante da Consciência, indicam para não usar, pois é impossível a mulher saber o que realmente está acontecendo e se há um Espírito reencarnante desejoso de ser “embalado” carinhosamente no colo materno, na expectativa de uma nova existência de lutas e realizações, junto de sua mãe. Se a mulher optou por essa alternativa impensada é porque, em geral, ela ainda não teve essas nossas reflexões e, por isso, não pode ser considerada “anti-ética” ou “imoral”. Sua responsabilidade diante da Consciência é menor. Porém, uma vez tendo sido conscientizada, eticamente sua opção terá muito maior peso. De qualquer forma, todos os enganos podem e devem ser corrigidos pela própria doação e oferecimento, na proporção daquilo que se tirou da Natureza.

  • Para maiores detalhes de como ocorre essa ligação, numa bela descrição do Espírito André Luiz, leia “Missionários da Luz”, psicografia de Francisco Cândido Xavier, capítulos XIII e XIV.