9 de setembro de 2016
Ciência confirma a existência de pessoas desprezíveis
O comportamento pode estar relacionado a baixa autoestima e ansiedade por Isabela Moreira Sempre tem aquele amigo de um amigo que adora ser desagradável: ele revira os olhos para o que os outros dizem, é sarcástico e faz questão de diminuir os que estão em volta. Não é paranoia sua ou mania de perseguição: uma pesquisa conduzida por psicólogos da Universidade da Califórnia, Davis, nos Estados Unidos, confirma a existência de pessoas com personalidade desprezível. Em estudo publicado no periódico Journal of Personality and Social Psychology, os pesquisadores afirmam que padrões como os descritos acima compõem um comportamento desprezível. Até então a psicologia tratava tais características como traços emocionais. Os psicólogos da Universidade da Califórnia, Davis, desenvolveram um teste de personalidade no qual os participantes tinham que responder se concordavam ou discordavam com afirmações como: “Eu não tenho respeito pelos outros”, “Nunca tentaria fazer alguém se sentir desvalorizado” e “Sempre sinto que os outros estão desperdiçando meu tempo”. Os 960 voluntários também tiveram que responder a testes relacionados à raiva, nojo, inveja, orgulho, perfeccionismo e narcisismo. A partir das respostas obtidas os pesquisadores concluiram que o comportamento desprezível existe e as pessoas que o exibem são contraditórias: ao mesmo tempo que não ligam para a felicidade alheia, ficam incomodadas quando os outros as tratam da mesma maneira. Os psicólogos também acreditam que indivíduos desprezíveis apresentam resquícios de narcisismo, psicopatia e maquiavelismo. Isso porque essas pessoas sempre veem os outros como piores e não têm problema em manipulá-los. Outros experimentos realizados pela mesma equipe sugerem ainda que as pessoas desprezíveis têm mais tendência a serem racistas, além de serem péssimas influências em relacionamentos. Ainda não é possível definir ao certo o que faz uma pessoa ser desprezível. Mas os pesquisadores acreditam que esses sujeitos tendem a ter baixa autoestima e ansiedade. (Via Science of Us) Matéria publicada na Revista Galileu , em 30 de junho de 2016.
Jorge Hessen* comenta Pesquisa conduzida por psicólogos da Universidade da Califórnia, Davis, nos Estados Unidos e publicada no periódico Journal of Personality and Social Psychology, confirma a existência de pessoas com personalidade “desprezível” (arrogante). Os psicólogos desenvolveram um teste de personalidade envolvendo 960 voluntários que também tiveram que responder a testes relacionados à raiva, nojo, inveja, orgulho, perfeccionismo e narcisismo. Os pesquisadores acreditam que indivíduos arrogantes apresentam resquícios de narcisismo, psicopatia e maquiavelismo. Isso porque essas pessoas sempre veem os outros como piores (inferiores) e não têm problema em manipulá-los. Outros experimentos realizados pela mesma equipe sugerem ainda que as pessoas arrogantes têm mais tendência a serem racistas, além de serem péssimas influências nos relacionamentos. Os pesquisadores acreditam que esses sujeitos tendem a ter baixa autoestima e ansiedade. A arrogância pode ser interpretada, em linhas gerais, como aquele comportamento que visa demonstrar que o indivíduo é no mínimo “igual” ou quase sempre superior aos demais, de modo a produzir impacto sobre os outros. Esse impacto pode incluir admiração, galanteios, reverência, proeminência ou até mesmo “olho gordo”. Entretanto, muitas vezes produz uma avaliação negativa, podendo fazer com que os outros considerem esse indivíduo arrogante, pedante, desprezível e, por conseguinte, procurem afastarem-se ou desprezarem. A arrogância é uma expressão da obsessão de alguém querer ser maior, mais inteligente, mais grandioso e mais importante do que as outras pessoas, para compensar o que está faltando em si mesmo. Por sentir-se (inconscientemente) tão pequeno e insignificante, o arrogante precisa parecer maior do que é para provar que, na verdade, é insubstituível e especial. Para contrapesar o medo de não ser evoluído o suficiente, adota a ilusão do “sou mais importante que você”, “sou mais inteligente que você” e pode de fato acreditar que é mais perfeito do que aqueles à sua volta, até mesmo nas hostes espíritas. O arrogante ajusta a fachada perfeita, consentindo ser manipulador, insensato, controlador e transgressor de regras da boa maneira. Olha de cima a baixo com “obséquio” para as pessoas que considera inferiores. Sempre que nos incomodamos pela conduta dos outros e fazemos juízos de valor, em vez de condenar e comparar as nossas diferenças do tipo “elas são umas toupeiras”, “elas parecem que não raciocinam”, ou “eu sou o bam bam bam em questões de conhecimento espirita” etc., seria prudente silenciarmos, refletirmos e não manifestarmos esses rompantes. Urge avaliar se isso não é um distúrbio, pois que estamos lançando sobre os outros os entulhos de nossos pendores desprezíveis. Em verdade a nossa arrogância está servindo como mecanismo de defesa para que não vejamos em nós mesmos a nossa rotunda insignificância perante os comparados. Em suma, esse inchado de prepotência, sem o antídoto da humildade, invariavelmente nos resumirá a uma personalidade desprezível, impenetrável impedindo de se fazer uma autocrítica correta e reconhecer os nossos pendores nebulosos, os nossos comportamentos destrutivos e quais das nossas tendências são e não são admissíveis. Se debelarmos de nós a arrogância, alcançaremos vitória sobre nosso egoísmo, causa máxima dos amplos males da Humanidade. Se formos humildes, trataremos todos como companheiros, amigos e irmãos (como diz a música), e não mais nos sentiremos adversários e inimigos de quem quer que seja. Se nos conduzirmos numa linha de inteira fraternidade, com certeza, fugirão de nossos corações a arrogância e a vaidade. Entretanto que nossa humildade não seja apenas aquela atitude envernizada, que ainda em nós reside, mas a simplicidade legítima e espontânea, a fim de recebermos a verdadeira luz e penetrarmos no entendimento de tudo quanto Jesus nos ensinou.