18 de novembro de 2015
Pesquisa mostra dados alarmantes de corrupção entre alunos nas escolas
A Unicarioca constatou que 69% já colaram em provas. Instituição ouviu 1.100 alunos, de 16 a 30 anos, dos ensinos médio e superior. Uma pesquisa da Unicarioca com 1.100 alunos dos ensinos médio e superior, com idades entre 16 e 30 anos, teve as seguintes conclusões: 58% já pediram para colocar nome em trabalho de grupo sem ter participado; 68% já copiaram textos da internet para apresentar em trabalhos; 59% assinaram lista de presença em nome do colega; 69% já colaram em provas. Eles foram questionados a respeito do tipo de corrupção que praticavam na escola. A pesquisa foi encomendada pelo jornalista Antonio Gois, depois de ler, numa rede social, o desabafo de uma doutoranda da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) que ficou decepcionada com os alunos. A professora começou a dar aulas na graduação e percebeu que os estudantes só se interessavam por livros, exercícios e trabalhos se fossem recompensados com pontos na nota final da disciplina. Ou seja, a simples motivação pelo conhecimento parecia não existir. Nos Estados Unidos, a punição contra a falsificação de trabalhos escolares é mais rígida. Na Universidade de Columbia, se o aluno for flagrado colando ou plagiando um trabalho, passa por uma espécie de “tribunal” e pode ser suspenso ou até mesmo expulso. Notícia publicada na página da Globo News , em 9 de outubro de 2015.
Glória Alves* comenta Como professora há mais de 30 anos, lecionando em escola pública e da rede particular, ainda assisto esses fatos acontecerem, e considerado por muitos alunos normais. Quantas vezes presencio alunos copiando trabalhos e exercícios de colegas, e como citou um dos comentaristas do Programa Estúdio i, da Globo News, ele copiava os exercícios antes de começar a aula, na escada da escola… O tema da pesquisa, corrupção entre alunos nas escolas, nos faz meditar sobre a situação atual do nosso país, e porque não dizer do mundo, “o descalabro e o absurdo campeiam, à solta, ao lado da corrupção de todo matiz, desenfreada, conspirando contra os ideais de nobreza, de justiça e de harmonia da Vida”.(1) O absurdo disso tudo é que o fato que deu origem à pesquisa do jornalista Antonio Gois aconteceu, e com certeza ainda acontece, num curso de graduação, onde o aluno deveria ter como objetivo principal o seu autoaperfeiçoamento, o conhecimento profundo da profissão que escolheu e irá exercer. Que tipo de profissionais estão sendo formados nas Universidades? Quantos deles estarão diante de nós, como advogados, médicos, engenheiros, professores… O fato constatado e que decepcionou a doutoranda da UFMG decepciona a tantos outros professores do ensino fundamental e médio. Mas será que a culpa é somente dos alunos? Há um tempo atrás, até 2008, os alunos das escolas públicas do município do Rio de Janeiro eram aprovados automaticamente de séries, sem a preocupação do aprendizado do aluno, para mascarar o alto índice de reprovação. Ora, quando as autoridades das instituições públicas, responsáveis pela educação intelectual da criança e do adolescente, em formar o cidadão, colocam como diretrizes de ensino esse tipo de avaliação, o que esperar dos próprios alunos, que estão formando seu caráter e que desse modo são influenciados, porquanto não precisam estudar e aprender, porque no final do ano eles serão aprovados de qualquer maneira? E os pais, por que aceitam esse tipo de paradigma nocivo para os seus filhos? Não sabem que têm responsabilidades na formação intelecto-moral deles? “Os deveres dos pais em relação aos filhos estão inscritos na consciência. Os pais educam para a sociedade, quanto para si mesmos.”(1). Nossos filhos são filhos de Deus antes de serem nossos e por empréstimo estão sob a nossa tutela, e temos como missão a responsabilidade de dirigi-los pela senda do bem, formar-lhe o caráter.(2) E por falar em caráter, retornamos ao título da reportagem: “Pesquisa mostra dados alarmantes de corrupção entre alunos nas escolas”. Corrupção, no dicionário, tem como sinônimos: desvirtuamento de hábitos; devassidão de costumes; suborno. Corromper-se significa: perverter-se, depravar-se. Corrupção é a palavra do momento e se tornou pública através das mídias disponíveis hoje em nosso planeta. Tudo se sabe, nada é mais escondido, principalmente em se tratando de pessoas públicas, como os políticos, os governantes, os religiosos… O gasto do dinheiro público em benefício próprio ou dos familiares, ou em viagens particulares, as falsificações, os subornos às empresas para garantir a continuação das falcatruas, tudo isso e muito mais estamos presenciando ultimamente. A corrupção se tornou um flagelo. Em março de 2013, Breno Henrique de Sousa, nosso companheiro e comentarista de notícias do Espiritismo.Net, comentava a seguinte reportagem: “Lista aponta 10 ‘práticas de corrupção’ do dia a dia do brasileiro”. “Quase um em cada quatro brasileiros (23%) afirma que dar dinheiro a um guarda para evitar uma multa não chega a ser um ato corrupto, de acordo com uma pesquisa realizada pela Universidade Federal de Minas Gerais e o Instituto Vox Populi.” Esse é um exemplo da famosa lei de Gérson, do jeitinho brasileiro. “Gosto de levar vantagem em tudo”. Fazer o errado parecer certo. Essa lei tanto pegou, como dizemos, que está enraizada na cultura popular, virou sinônimo de levar vantagem acima de tudo e de todos, sem nos preocuparmos com o próximo, com os códigos morais. Já a Lei de Amor, ensinada pelo Mestre Jesus, essa ainda não conseguimos praticar, não a assimilamos em sua pureza; e todas as vezes que desrespeitamos o próximo através dessas práticas de suborno, quando puxamos o tapete do nosso companheiro de trabalho, usando meios ilícitos para tomar o seu lugar, estamos infringindo a Lei de Amor, de Justiça e de Caridade. Aqui nos lembramos que o próprio Cristo de Deus foi traído por 30 moedas de prata, Judas o entrega com um beijo: “O que eu beijar é esse; prendei-o. Ele então, aproximando-se de Jesus, disse: Eu te saúdo, Rabi; e beijou-o. Em seguida, o Mestre foi preso”.(3) Voltando à questão da missão dos pais, de formar o caráter dos filhos, educando-os na lei de Deus, formando homens de bem, como fica a imagem do pai diante de seu filho quando usa esse tipo de artifício, o suborno, para se livrar de uma multa de trânsito, no exemplo citado na pesquisa acima? Esse filho pode se achar também no direito de usar meios ilícitos para conseguir os seus desejos. Diante disso tudo, pergunto a mim mesma: somos realmente honestos? Façamos um exame de consciência e verifiquemos nossas atitudes diárias diante da sociedade e de nossa família. Dessa forma, compreendemos que a corrupção entre os alunos nas escolas é consequência muitas vezes dos exemplos que eles têm de seus pais e da sociedade. É que ainda trazemos em nossa alma as marcas dos vícios e delitos de outras existências. “Condicionamentos passados fortemente fixados nos tecidos sutis do Espírito ressurgem como incontidas impulsões, que se transformam em vigorosos senhores dos que lhes padecem a injunção. Procedentes do pretérito espiritual, fazem-se dilaceração da alma desde cedo, quando o processo da reencarnação se consuma…. Formam as paisagens lôbregas do mundo moral da criatura humana. Tomam corpo em decorrência dos maus hábitos, estimulados pela insensatez, cultivados pela permissividade social.”(4) “A sociedade contemporânea necessita duma força purificadora que a levante da degradação e do caos em que se encontra. Essa força há de atuar de dentro para fora, do interior para o exterior, afinando os sentimentos, despertando a razão e a consciência dos homens.”(5) A corrupção, a mentira, como outros vícios e paixões más, tem origem no egoísmo, chaga da humanidade. “Fundando-se o egoísmo no sentimento do interesse pessoal, bem difícil parece extirpá-lo inteiramente do coração humano. Chegar-se-á a consegui-lo?”(6) “À medida que os homens se instruem acerca das coisas espirituais, menos valor dão às coisas materiais. Depois, necessário é que se reformem as instituições humanas que o entretêm e excitam. Isso depende da educação.”(6) E só há um remédio para destruirmos esse mal pela raiz, a Educação. “Não por essa educação que tende a fazer homens instruídos, mas pela que tende a fazer homens de bem. A educação, convenientemente entendida, constitui a chave do progresso moral.”(7) O Cristianismo puro, tal como Jesus pregou e exemplificou, é a força, é o fermento que há de reformar a sociedade, agindo nos corações e nos lares. É do coração renovado, é do lar convertido em templo de luz e de amor que surgirá a aurora de uma nova vida para a Humanidade.(8) Assim, um dia esse mal moral terá término, o egoísmo será banido de nossas almas e da Terra. Viveremos num Mundo Feliz!
Nota e referências bibliográficas: (1) “Momentos de Meditação” – Introdução - Espírito Joanna de Ângelis – Divaldo Franco; (2) “SOS Família” - Divaldo Franco - ditado por Joanna de Ângelis e diversos espíritos; (3) Mateus, 26:48-50; (4) “As Leis Morais da Vida” - Vícios e Delitos - Espírito Joanna de Ângelis - Divaldo Franco; (5) “Nas pegadas do Mestre” – Vinícius - Salvar é educar; (6) “O Livro dos Espíritos” – Allan Kardec - Questão 914; (7) “O Livro dos Espíritos” – Allan Kardec - Comentário da Questão 917; (8) “Nas pegadas do Mestre” – Vinícius - Salvar é educar.