15 de julho de 2015
ONU quer formar jornalistas humanitários
A ONU lançou um plano de ação que pretende melhorar os profissionais de mídia. A ideia é incluir nos currículos das faculdades de jornalismo temas como a não incitação ao ódio, a confidencialidade, proteção das fontes e a liberdade de informação e de expressão. São ítens que fazem parte dos princípios básicos de direitos humanos. O Plano de Ação foi apresentado pelo oficial do programa, Fábio Eon, durante o Seminário Internacional de Educação em Direitos Humanos, na Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. O Programa Mundial para a Educação em Direitos Humanos, coordenado pela UNESCO e pelo Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos (ACNUDH), reúne contribuições dos países membros da ONU e da sociedade civil para apresentar orientações para a construção de programas educacionais baseados no respeito aos direitos humanos. O Programa Mundial é composto por três fases: - a que faz recomendações, referências e sugestões voltadas aos ensinos fundamental e médio, - a segunda Fase com prioridade ao ensino superior e à formação em direitos humanos para professores, servidores públicos, forças de segurança, agentes policiais e militares, - e a terceira fase, que se inicia em 2015 e vai até 2019, tem foco nos jornalistas, blogueiros e profissionais de mídia. Com informações da ONU Notícia publicada no Portal Só Notícia Boa , em 8 de maio de 2015.
Sergio Rodrigues comenta Sem dúvida, trata-se de um programa de grande importância, na medida em que objetiva contribuir para tornar melhor o jornalismo em todo o mundo. Hoje o que vemos é um jornalismo com objetivos puramente comerciais, sem qualquer preocupação de atender aquela que deveria ser a sua real função, que é a de contribuir para a educação do ser humano. No entanto, ao invés de cumprir um papel educador, vemos os veículos de imprensa incentivando o ódio entre os diferentes segmentos religiosos existentes e se alinhando politicamente a determinado grupo, quando deveria informar os fatos sem assumir a defesa de qualquer facção política. Como hoje são empresas comerciais, que objetivam o lucro e não a informação honesta e isenta, a preocupação é de agradar os patrocinadores, para que possam auferir cada vez maiores rendimentos. Outro aspecto bastante positivo do plano é a defesa e conscientização da liberdade de informação e de expressão e a confidencialidade das fontes de informação. Sem estes requisitos não há como se falar em liberdade de imprensa, e sem liberdade de imprensa a manipulação da informação por parte de alguns agentes torna-se uma prática. Para que uma sociedade possa se considerar livre e democrática a liberdade de imprensa é um instrumento fundamental. Mas quando nos referimos à liberdade de imprensa é preciso não esquecer que ela não pode existir sem um amplo direito de expressão de todos, inclusive dos que são citados nos noticiários, muitas das vezes de forma negativa, atribuindo-se a eles até mesmo práticas delituosas, com o que se propaga uma informação nem sempre verdadeira, mas que acaba sendo recebida como tal pela população, por falta de contraditório. Vamos esperar que esta iniciativa não encontre resistência por parte dos que controlam os meios de comunicação utilizando a força do poder econômico e que a ONU consiga desenvolver o projeto.