5 de fevereiro de 2015
Conheça o cabeleireiro que corta o cabelo dos moradores de rua nos seus dias de folga
Por Ederson Knorst
Mark Bustos é cabeleireiro num salão de Nova York. Seu único dia de folga é aos domingos, mas nem assim consegue descansar. Nesse dia, ele percorre as ruas oferecendo cortes de barba e cabelo gratuitos para os moradores de rua.
Normalmente Mark está acompanhado de sua namorada e passeia pela cidade com o kit de trabalho e, sempre que encontra um morador de rua, pergunta se ele quer dar uma renovada no visual. A dupla também costuma oferecer algo para comer ou beber enquanto o cabeleireiro faz seu trabalho.
A cada domingo, seis moradores de rua ganham um visual novo, o que impacta diretamente na autoestima de cada um deles – assunto delicado para quem vive às margens. O corte de cabelo mais marcante até agora, segundo Mark, foi de um senhor chamado Jemar Banks. “Ele não tinha muito o que conversar durante o corte, até que eu mostrei pra ele como tinha ficado… A primeira coisa que ele me disse foi: ‘Você sabe de alguém que está contratando?‘”
Notícia publicada no Portal Best of Web .
Claudia Cardamone* comenta
Atualmente fazer caridade é politicamente correto, quase todos querem fazê-la e muitos precisam divulgar isto. Em certas circunstâncias parece que apresentar-se como caridoso é mais importante que ser caridoso. Podemos pensar que qualquer caridade é bem-vinda, seja qual for sua motivação, mas isto pode ser perigoso, porque a caridade feita pelas aparências pensa apenas em si e não no outro. Kardec falou sobre isto em O Evangelho Segundo o Espiritismo:
“O benefício sem ostentação tem duplo mérito: além da caridade material, constitui caridade moral, pois contorna a suscetibilidade do beneficiado, fazendo-o aceitar o obséquio sem lhe ferir o amor-próprio e salvaguardando a sua dignidade humana, pois há quem aceita um serviço mas recuse a esmola. Converter um serviço em esmola, pela maneira porque é prestado, é humilhar o que o recebe, e há sempre orgulho e maldade em humilhar a alguém. A verdadeira caridade, ao contrário, é delicada e habilidosa para dissimular o benefício e evitar até as menores possibilidades de melindre […]”. (cap. XIII, item 3.)
Muitas vezes nos deixamos levar pelo desejo de fazer o bem e esquecemos de perguntar se o outro deseja nossa ajuda. Como o texto acima apontou que a verdadeira caridade é delicada e discreta, sendo feita com habilidade para não ferir o outro. Mark não faz grandes mutirões, não busca divulgar seu negócio, apenas é, aparentemente, movido pelo sincero desejo de ajudar o próximo. E o faz de tal forma que recordei de um comentário de Kardec na questão 886 de O Livro dos Espíritos:
“[…] O homem verdadeiramente bom procura elevar o inferior aos seus próprios olhos, diminuindo a distância entre ambos”.
Esta frase é boa para refletirmos se, quando somos caridosos, procuramos elevar o outro e não a nós mesmos.