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    O Business Insider listou as 50 cidades mais violentas ao redor do mundo. Trinta e quatro das piores cidades do ranking estão localizadas na América Latina, sendo que o assassinato é o crime mais comum na região do que em qualquer outra parte do mundo. Jorge Hessen comenta.

    • Data :09/02/2015
    • Categoria :

    9 de fevereiro de 2015

    As 50 cidades mais violentas do mundo; Brasil tem 16 na lista

    InfoMoney

    Antes de escolher um destino para viajar, muitos se preocupam em conferir se o local é seguro.

    O Business Insider listou as 50 cidades mais violentas ao redor do mundo.

    Trinta e quatro das piores cidades do ranking estão localizadas na América Latina, sendo que o assassinato é o crime mais comum na região do que em qualquer outra parte do mundo.

    O destaque vai para San Pedro Sula, uma cidade em Honduras.

    O Brasil não passa longe dessa lista negra e abriga 16 municípios violentos. Confira:

    Posição Cidade - País

    1º lugar San Pedro Sula - Honduras

    2º lugar Caracas - Venezuela

    3º lugar Acapulco - México

    4º lugar Cali - Colômbia

    5º lugar Maceió - Brasil

    6º lugar Distrito Central - Honduras

    7º lugar Fortaleza - Brasil

    8º lugar Guatemala City - Guatemala

    9º lugar João Pessoa - Brasil

    10º lugar Barquisimeto - Venezuela

    11º lugar Palmira - Colômbia

    12º lugar Natal - Brasil

    13º lugar Salvador - Brasil

    14º lugar Vitória - Brasil

    15º lugar São Luís - Brasil

    16º lugar Culiacán - México

    17º lugar Ciudad Guayana - Venezuela

    18º lugar Torreón - México

    19º lugar Kingston - Jamaica

    20º lugar Cape Town - África do Sul

    21º lugar Chihuahua City - México

    22º lugar Victoria - México

    23º lugar Belém - Brasil

    24º lugar Detroit - Estados Unidos

    25º lugar Campina Grande - Brasil

    26º lugar Nova Orleans - Estados Unidos

    27º lugar San Salvador - El Salvador

    28º lugar Goiânia - Brasil

    29º lugar Cuiabá - Brasil

    30º lugar Nuevo Laredo - México

    31º lugar Manaus - Brasil

    32º lugar Santa Marta - Colômbia

    33º lugar Cúcuta - Colômbia

    34º lugar Pereira - Colômbia

    35º lugar Medellín - Colômbia

    36º lugar Baltimore - Estados Unidos

    37º lugar Juárez - México

    38º lugar San Juan - Porto Rico

    39º lugar Recife - Brasil

    40º lugar Macapá - Brasil

    41º lugar Nelson Mandela Bay - África do Sul

    42º lugar Maracaibo - Venezuela

    43º lugar Cuernavaca - México

    44º lugar Belo Horizonte - Brasil

    45º lugar St. Louis - Estados Unidos

    46º lugar Aracajú - Brasil

    47º lugar Tijuana - México

    48º lugar Durban - África do Sul

    49º lugar Porto Príncipe - Haiti

    50º lugar Valencia - Venezuela

    Além dos assassinatos, o tráfico de drogas, guerras de gangues, instabilidade política, corrupção e a pobreza influenciam na alta violência nas cidades da lista.

    Notícia publicada no Portal MSN , em 14 de novembro de 2014.

    Jorge Hessen comenta*

    A violência urbana ocorre na maioria das sociedades modernas em face do “consumo” do subproduto da agressão potencializada pela televisão, rádio, jornal,  revista, mídias tecnológicas. Há diversos tipos de violências que normalmente sugerem ações organizadas de jovens que agem em grupo contra o patrimônio material e pessoas, comumente unidas às quadrilhas que demarcam territórios. A selvageria do homem civilizado tem as suas raízes profundas e vigorosas na mata espessa da violência. O homo brutalis tem as suas leis: subjugar, humilhar, torturar e matar.

    O utilitarismo das sociedades contemporâneas robotizou o homem, tornando-o um autômato inconsequente. O mesmo “cristão” que se prostra diante das imagens frias dos altares das igrejas ou na idolatria pela Bíblia “decorada” nos templos, volta ao seu posto de mando para ordenar torturas canibalescas. O homem contemporâneo vive atormentado pelo medo, esse inimigo atroz que o assombra. Uma vez submetido às contingências da vida atual, de insegurança e de incertezas, sofre como resultado em transtornos graves da mente, pela angústia dissolvente da própria individualidade.

    Diz-se que o Oriente Médio é uma área violenta. Sim, é verdade, porém a América Latina é uma das áreas mais brutais e arriscadas da Terra, conforme demonstra o portal Business Insider. Das 50 cidades mais violentas ao redor do mundo, 16 estão no Brasil. A “Pátria do Evangelho” é grande produtora de armas (contrastando com o compromisso espiritual), por isso cremos que proibir sua comercialização no mercado interno é prática recomendável, pois o problema seria atacado diretamente em sua origem.(1) No “Coração do Mundo”, o homicídio é o crime mais comum. Além dos assassinatos, o tráfico de drogas, guerras de gangues, instabilidade política, corrupção e a pobreza influenciam na alta violência nas cidades listadas pelo portal Business.(2)

    Obviamente esta análise é restritiva, e tende a reforçar as diversas variáveis que pesam nos distintos atores que agem com brutalidade, sendo que as formas de selvageria empregadas e sua intensidade variam muito. Portanto, o aumento da violência que se conhece desde o pós-guerra não é imputável a uma categoria específica de indivíduos, mas a uma generalização dos comportamentos agressivos nas diferentes camadas da população.

    Não se pode desconsiderar esses outros tipos de violências (não menos impactantes) como as que ocorrem diariamente no trânsito, as violências sexuais, os maus tratos infantis ou as agressões conjugais. Muitos conflitos que antes se manifestavam em afrontamentos sangrentos atualmente foram transmutados nos diferentes tipos de agressivas competições esportivas.

    Todos tememos a violência, obviamente. Muitos erguem altos muros com fios eletrificados ao redor de suas residências, tentando manter a paz doméstica. Contratam seguranças para protegerem suas empresas e seus lares. Instalam equipamentos sofisticados que os alertem da chegada de eventuais usurpadores de seus bens. Contudo, existe outro tipo de violência a que não damos atenção: é a que está fincada dentro de cada um de nós. Violência íntima, que alguns alimentam, diariamente, concedendo que ela se torne animal voraz.

    Paradoxalmente, pregamos a paz produzindo ogivas, canhões assassinos; cobiçamos resolver os problemas sociais ativando a edificação dos presídios e bordéis. “Esse progresso é o da razão sem a fé, onde os homens se perdem em luta inglória e sem-fim”.(3) A atual situação de violência, maldade, injustiça, opressão dos poderosos sobre os fracos, tanto em nível de pessoas, como instituições e países, certamente terá que ceder lugar a uma nova era de paz, harmonia, fraternidade e solidariedade.

    Uma das soluções para a criminalidade seria desarmar a população brasileira através da proibição do comércio de armas de fogo em todo o País, ressalvada a aquisição pelos órgãos de segurança pública federal e estadual, municipal e pelas empresas de segurança privada regularmente constituídas, na forma prevista em Lei. Naturalmente não somos ingênuos de ajuizarmos que a tão somente restrição (proibição) do uso de armas de fogo, por si só, equacione definitiva e imediatamente o problema da violência. Sabemos. É óbvio que a arma de fogo pode ser substituída por outras, talvez não tão “eficientes”. Na ausência de estrutura da aparelhagem repressora e preventiva do Estado, as armas de fogo continuarão chegando às mãos dos marginais e fazendo suas vítimas. Por isso, urge meditar que devemos aprender a nos defender, desarmando, antes de tudo, nossos espíritos e isto só se consegue pela prática do amor e da fraternidade.

    É certo que a sociedade de hoje não está reduzida a ruínas irrecuperáveis. “O espírita é chamado à função da viga robusta, suscetível de mostrar que nem tudo se perdeu. Há quem diga que a Humanidade jaz em processo de desagregação. O espírita é convidado a guardar-se por célula sadia, capaz de abrir caminho à recuperação do organismo social. O espírita, onde surja a destruição, converte-se em apelo ao refazimento; onde estoure a indisciplina, faz-se esteio da ordem e, onde lavre o pessimismo, ergue-se, de imediato, por mensagem de esperança.”(4)

    Por isso, a solução que a Doutrina Espírita apresenta para a violência é a educação em seu amplo aspecto. O Espiritismo, essencialmente educativo, conclama-nos ao amor e à instrução que poderão formar uma nova mentalidade entre os homens. Até porque a violência é o fruto espúrio da ignorância humana. Remanescente da agressividade animal, explode na natureza graças às bases do egoísmo, o câncer moral que carcome o organismo social. O antídoto ao egoísmo é o altruísmo (amor ao próximo, abnegação). Por consequência, a melhor maneira de tornar uma sociedade justa e altruísta é a educação das gerações novas. Sabendo que, através da educação, formaremos caracteres saudáveis, deveremos investir tudo nesta obra libertadora, que é uma das mais elevadas expressões da caridade.

    Notas e referências bibliográficas:

    (1) Hoje, no Brasil, existem três empresas fabricantes de armas de fogo de onde grande parte de sua produção é destinada à exportação;

    (2) Disponível em http://www.msn.com/pt-br/noticias/brasil/as-50-cidades-mais-violentas-do-mundo-brasil-tem-16-na-lista/ar-BBdyjVo?ocid=mailsignout >, acessado em 01/02/2015;

    (3) Xavier, Francisco Cândido. O Consolador, Ditada pelo Espírito Emmanuel, RJ: Ed. FEB, 2001, perg. 199;

    (4) Xavier. Francisco Cândido. Livro da Esperança, ditado pelo Espírito Emmanuel, Uberaba/MG: Ed. CEC, 1964.

    • Jorge Hessen é natural do Rio de Janeiro, nascido em 18/08/1951. Servidor público federal aposentado do INMETRO. Licenciado em Estudos Sociais e Bacharel em História. Escritor (dois livros publicados), Jornalista e Articulista com vários artigos publicados.