19 de fevereiro de 2012
Feto consegue sentir estado psicológico da mãe
Redação do Diário da Saúde
Sinais da mãe para o bebê
Conforme o feto cresce, ele está constantemente recebendo mensagens de sua mãe.
E não se trata só de ouvir seus batimentos cardíacos ou as músicas que a mãe canta para seu bebê, mas também sinais químicos através da placenta.
Cientistas agora confirmaram que essa comunicação química inclui sinais sobre o estado mental da mãe.
Se a mãe está deprimida, isto vai afetar a forma como o bebê se desenvolve depois que ele já tiver nascido, inclusive fisiologicamente.
Ambiente estável
Curt A. Sandman e seus colegas da Universidade da Califórnia (EUA) agora descobriram algo inusitado: o que importa para os bebês é se o ambiente é consistente antes e após o nascimento.
Ou seja, os bebês que se saíram melhor são aqueles que, ou tinham mães que eram saudáveis antes e após seu nascimento, ou mães que estavam deprimidas antes do nascimento e que permaneceram deprimidas depois.
Condições variáveis retardaram o desenvolvimento dos bebês - uma mãe que passou da depressão antes do nascimento para um estado saudável depois do parto, ou uma mãe saudável antes do parto que passou a estar deprimida depois.
“Temos que admitir, a dureza desta descoberta nos surpreendeu”, disse Sandman.
Participante ativo
“Agora, a interpretação cínica dos nossos resultados seria que, se a mãe está deprimida antes do nascimento, você deve deixá-la dessa forma para o bem-estar da criança,” comenta o pesquisador.
“Mas uma abordagem bem mais razoável seria tratar as mulheres que apresentam depressão pré-natal,” Sandman diz.
No longo prazo, ter uma mãe deprimida pode levar a problemas neurológicos e distúrbios psiquiátricos, diz o pesquisador.
Em outro estudo, sua equipe descobriu que as crianças mais velhas cujas mães apresentaram ansiedade durante a gravidez, o que muitas vezes vem junto com a depressão, apresentam diferenças em determinadas estruturas cerebrais.
“Nós acreditamos que o feto humano é um participante ativo no seu próprio desenvolvimento e está coletando informações para a vida após o nascimento,” comenta Sandman. “Ele está se preparando para a vida com base nas mensagens que a mãe está lhe oferecendo.”
Notícia publicada no Diário da Saúde , em 18 de novembro de 2012.
Breno Henrique de Sousa comenta*
A formação do ser humano
Somos todos espíritos imortais. Nós que chegamos à condição humana somos espíritos que acumulam experiências de diversas existências. As observações científicas que indicam que o feto é capaz de responder a estímulos emocionais da mãe demonstram a existência de uma estrutura cognitiva capaz de captar e interpretar estes estímulos. É certo que o organismo é dotado de estrutura fisiológica para processar emoções, o cérebro possui o sistema límbico que responde por tal função, esse fato pode ser perfeitamente interpretado pela genética e leis fisiológicas da matéria.
Porém, a capacidade de associar um conteúdo emocional a um estímulo específico é algo que se adquire através da experiência. Ou seja, somos fisiologicamente dotados da capacidade de sentir emoções, mas é a experiência que nos permite associar uma emoção de ternura a uma imagem de um casal apaixonado ou a sensação de raiva ao ouvir palavras desaforadas.
Outras experiências têm noticiado que os fetos são capazes de reagir a palavras de ternura e estímulos de afeto dos pais. Então, se o feto é capaz de responder positivamente a estímulos que consideramos positivos, é evidente que em algum momento ele aprendeu a fazer tal associação. Onde o feto teria aprendido que aquele era um estímulo de carinho se não fosse em uma existência pregressa?
A reportagem destaca a importância da estabilidade emocional da mãe para o equilíbrio futuro do filho em formação. Sem dúvida, a estabilidade é um fator relevante, mas não somos de acordo que a estabilidade feliz ofereça as mesmas condições de uma estabilidade em condição depressiva. Ademais, a depressão não é em si mesma uma condição estável, oferecendo mais riscos que benefícios a mãe e ao bebê. Como a própria reportagem diz, seria melhor tratar a depressão da mãe ainda no pré-natal.