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Huan Di Zhang e Hui Gao, um casal neozelandês, fugiram do país após descobrirem mais de NZ$ 10 milhões (o equivalente a cerca de R$ 12 milhões) na conta bancária, depositados por engano. José Antonio M. Pereira comenta.

  • Data :16/11/2009
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Casal foge após receber R$ 12 milhões na conta por engano

Giovana Vitola De Sydney para a BBC Brasil

Um casal neozelandês fugiu do país após descobrir mais de NZ$ 10 milhões (o equivalente a cerca de R$ 12 milhões) na conta bancária, depositados por engano.

Acredita-se que Huan Di Zhang e Hui Gao receberam a quantia após ter pedido ao banco Westpak um depósito de NZ$ 10 mil (o equivalente a cerca de R$ 12 mil), segundo o jornal New Zealand Herald , e receberam mil vezes o valor.

Segundo informações do canal televisivo neozelandês One News, acredita-se que o casal fugiu para a Coreia ou para a China com o equivalente a cerca de RS$ 7 milhões.

O diário diz que a dupla, que gerenciava um posto de gasolina na cidade de Rotorua, no norte da Nova Zelândia, saiu do país imediatamente após descobrir a existência do dinheiro disponível na conta.

A polícia neozelandesa e a Interpol estão em busca dos neozelandeses, que agora são considerados fugitivos por terem saído do país com milhões de dólares do banco.

Segundo o jornal local de Rotorua The Daily Post , a ombusman do banco, Liz Brown, disse que tecnicamente o casal cometeu um crime, pois “estão usando dinheiro que não é deles que, acidentalmente, parou na conta deles”.

De acordo com o New Zealand Herald , o posto de serviço do casal fechou de um dia para o outro, e apareceu um comunicado na porta.

Um representante do banco disse que um erro humano foi responsável pela confusão e que o banco está averiguando seus procedimentos.

A polícia disse à mídia local que as investigações estão em andamento, e que eles tentam descobrir se o que houve foi roubo ou fraude.

O banco já recuperou uma parte do dinheiro sumido, mas não forneceu mais detalhes sobre o caso.

Notícia publicada na BBC Brasil , em 21 de maio de 2009.

José Antonio M. Pereira comenta*

Ao saber dessa notícia, imagino que o comentário mais comum, ou senão o primeiro pensamento que nos ocorre seria: “Ah, é claro! Eu faria o mesmo!”. E se alguém dissesse que esta atitude não foi a melhor, que eles deveriam ter devolvido o dinheiro depositado a mais na conta bancária, provavelmente essa pessoa tentaria argumentar da melhor forma, mas seria em vão.

E por quê? Porque vemos as coisas ainda do ponto de vista material(1). E se alguém só analisa os fatos deste ponto de vista, é mais provável que não pense muito na ética. Quando nos colocamos na posição de quem vê a vida espiritual como um todo, abrangendo todas as existências na Terra, podemos entender que uma vida com suas dificuldades, será para nós algo mais útil à nossa felicidade do que a posse ilícita de um bem material.

Para o cristão, ou qualquer pessoa que tenha uma filosofia de vida pautada nos valores da ética, passar pela experiência vivida pelo casal Huan Di Zhang e Hui Gao seria uma prova bastante tentadora. Segundo a Doutrina Espírita, um homem de bem “interroga a consciência sobre seus próprios atos, a si mesmo perguntará se violou essa lei, se não praticou o mal, se fez todo o bem que podia, se desprezou voluntariamente alguma ocasião de ser útil, se ninguém tem qualquer queixa dele; enfim, se fez a outrem tudo o que desejara lhe fizessem”(2). Se alguém abraça uma doutrina que preconiza algo semelhante, precisará de bastante firmeza de caráter para não se deixar levar pela porta fácil da riqueza material e preferir a porta estreita da consciência tranquila.

Mas se existem aqueles que preferem se apoderar de algo que não lhes pertence, também há aqueles que nem pensam em tal coisa. Foi o caso de Lourença Cunha, catadora de materiais recicláveis em Penápolis – SP(3). Ela devolveu a quantia de R$ 40 mil. O valor é bem menor em relação ao caso que estamos analisando, mas seria proporcionalmente significativo. O salário de Lourença é de R$ 200 por mês.

Referências:

(1) Veja-se “O ponto de vista”, em O Evangelho Segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, Ed. Feb, 112ª edição, Cap. II, itens 5 a 7, p. 66;

(2) Idem, “O homem de bem”, ibidem, Cap. XVII, item 3, p. 272;

(3) http://odia.terra.com.br/brasil/htm/catadora_acha_r_40_mil_no_lixo_mas _devolve_dinheiro_229686.asp .

  • José Antonio M. Pereira coordena o ESDE e é médium da Casa de Emmanuel, além de integrante da Caravana Fraterna Irmã Scheilla, no Rio de Janeiro. Também é colaborador da equipe do Serviço de Perguntas e Respostas do Espiritismo.net.