Mulher é condenada por morte em fila de supermercado
Uma mulher foi condenada por homicídio culposo na Grã-Bretanha pela morte de um homem após uma discussão causada por desrespeito à fila do caixa de um supermercado.
Antonette Richardson, de 37 anos, chamou o namorado, Tony Viraswami, de 38, após ter sido acusada de entrar na fila na frente de um outro cliente no supermercado Sainsbury’s, em Merton, no sul de Londres.
Viraswami, que já tinha admitido ter cometido homicídio culposo, deu um soco em Kevin Tripp, de 57 anos, que acabou sofrendo ferimentos cerebrais fatais.
Antonette negou a acusação de homicídio culposo. Ela foi acusada de desrespeitar a fila pelo cliente Adrian Prendergast quando foi comprar um maço de cigarros.
Após a discussão, ela então telefonou para o namorado, que esperava em um carro nas proximidades. Quando Viraswami entrou no supermercado, Antonette apontou para Prendergast.
O namorado dela, no entanto, achou que Tripp era o responsável por gritar com sua namorada e o atacou com um soco.
‘Poderoso golpe’
O júri do caso viu imagens de câmeras de vigilância do supermercado do momento do ataque, em junho de 2008, com a última imagem mostrando os pés da vítima na parte de baixo da tela.
O advogado de acusação Michael Worsley disse que Viraswami desferiu “o mais poderoso golpe” na vítima, o que fez com que Tripp caísse no chão e batesse a cabeça.
Antonette disse ao tribunal que ficou chocada e aborrecida ao ver que o namorado atacou a pessoa errada.
Tripp, que sofria de encefalomielite miálgica (também conhecida como síndrome da fadiga crônica) e tinha uma filha de cinco anos, morreu no hospital pouco tempo depois de ter sido socorrido.
O juiz Geoffrey Rivlin disse que, por causa da seriedade do caso, não haverá a opção de pagamento de multa, e a sentença do casal ainda será definida.
Na época do ataque, Viraswami estava em liberdade condicional por furto, enquanto Antonette tinha condenações anteriores de fraude e venda de produtos roubados.
Notícia publicada na BBC Brasil , em 26 de fevereiro de 2009.
Claudia Cardamone comenta*
“639. O mal que cometemos não resulta frequentemente da posição em que os outros nos colocaram, e nesse caso quais são os mais culpáveis?
Antonette pode não ter matado o homem, mas foi a mais culpável pelo homicídio. Sabendo do potencial agressivo do namorado, e ao ser acusada de desrespeitar a fila, ela o chamou, como talvez tirasse uma faca ou incitasse um cão ao ataque. Ela utilizou o namorado como uma ‘arma’ para atacar aquele a quem ela considerou um agressor.
Desta forma, ela é culpada pelo mal que tenha provocado e também demonstrou que, a priori, o desejo do mal partiu dela e não do namorado. Ele também é culpado, obviamente, mas perante as leis naturais é menos culpável do que ela.
Neste caso, a lei humana reflete, com justiça e bom senso, a verdade das leis naturais.