Professor diz que Papai Noel não existe e é demitido
Um professor de uma escola primária de Oldham, na Inglaterra, foi demitido após dizer aos alunos que o Papai Noel não existe. A escola preparou uma carta para pedir desculpas aos pais.
“Meu filho chegou em casa e disse que o professor substituto contou para a turma que o Papai Noel não existe. Ele afirmou, ainda, que eram os pais que compravam os presentes”, declarou um familiar ao Oldham Evening Chronicle.
“Meu filho quase chorou ao me contar o que aconteceu. Ele tem apenas 7 anos e estava encantado com a magia do Natal”, completou.
Notícia publicada no Portal Terra , em 11 de dezembro de 2008.
Claudia Cardamone comenta*
Fiquei pensando o que comentar sobre esta notícia. O que ela significa para nós?
É uma notícia sobre o Natal? Sobre a educação inglesa?
Ela mostra como nós, seres humanos imperfeitos, estamos presos emocionalmente a um emaranhado de crenças ilógicas e, mesmo sem saber nem como nem porque elas surgiram, as seguimos como cordeiros ignorantes e obedientes.
Que crença é essa que nos diz que a magia do Natal está encerrada num velinho europeu que vem do pólo norte, dar presentes a todo mundo? Por que acreditamos que uma criança é feliz acreditando numa mentira que, já sabemos de antemão, durará apenas alguns anos? O engraçado é que sempre dizemos às crianças que é muito feio mentir!
Mentir para o filho, durante anos, fazendo-o escrever cartas ao Papai Noel, fazendo-o esperar por noites intermináveis a chegada de um velhinho que nunca existiu, pode, mas dizer que a professora não mandou lição de casa é ofensa gravíssima, que necessita de um castigo imediato. Qual o crime deste professor inglês? Ele disse às crianças: - Seus pais e quase todos os adultos são mentirosos.
A magia do Natal é pura sedução. Luzes, enfeites, vitrines, canções, imagens, alegria. A magia do Natal satisfaz todos os nossos desejos, até um salário extra recebemos para isso. Nada disso é a magia do Natal.
Esta magia se mostra quando resolvemos perdoar alguém, quando terminamos uma briga antiga e irracional com um valoroso abraço fraterno, quando nos lembramos daqueles cujas provas são difíceis, quando paramos por um segundo de pensar em nós e estendemos a mão a alguém que sofre.
Nesta época mágica, do nascimento de Jesus, somos capazes de perceber que podemos pensar mais no outro do que em nós mesmos.