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A decisão de votar é, em parte, genética, sugere um estudo realizado nos EUA, por pesquisadores da Universidade da Califórnia, e publicado na edição de julho da revista científica American Political Science Review. Pedro Vieira comenta.

  • Data :01/12/2008
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Genes podem influenciar decisão de votar, diz estudo

A decisão de votar é, em parte, genética, sugere um estudo realizado nos Estados Unidos e publicado na edição de julho da revista científica American Political Science Review .

Os pesquisadores da Universidade da Califórnia identificaram um vínculo entre a participação política e dois genes.

De acordo com o estudo, pessoas com uma variante do gene Maoa e do gene 5HTT tinham mais tendência a votar nas eleições presidenciais de 2000 no país.

A pesquisa inicial foi feita a partir dos registros do comparecimento às urnas de eleitores na cidade de Los Angeles.

Os pesquisadores compararam registros de gêmeos fraternos e idênticos e observaram que gêmeos idênticos, que compartilham 100% dos seus genes, têm uma conduta mais parecida com relação à participação política do que os gêmeos que dividem apenas 50% dos genes.

Os resultados indicam que 53% da variação no comparecimento às urnas se deve à diferença nos genes.

“Nossas descobertas são extremamente importantes para o modo como pensamos o comportamento político”, disse James Fowler, que liderou o estudo.

Pesquisa

Para realizar o estudo, os pesquisadores analisaram um grupo de genes que estão relacionados ao comportamento social. Entre eles, o Maoa e o 5HTT são conhecidos por exercer uma influência na serotonina – molécula que faz parte do sistema que regula o medo, a confiança e a interação social.

Trabalhando com a hipótese de que pessoas com versões mais eficazes destes genes teriam mais tendência a votar, os pesquisadores analisaram os dados de eleitores da Califórnia, e avaliaram os padrões no âmbito nacional, usando um estudo de saúde dos adolescentes efetuado entre 1995 e 2002.

Segundo os resultados, pessoas que possuem expressão mais eficaz desses dois genes aumentam em 10% as chances de comparecer às urnas.

O estudo observou ainda que as diferenças vinculadas com os genes se estendem a uma grande variedade de tipos de participação política, como doações para campanhas, candidaturas e até manifestações.

“Nós esperávamos identificar que os genes tinham um papel importante no comportamento político, mas ficamos surpresos pelo tamanho do impacto e como ele se aplica em diversas formas de participação política”, disse Fawler.

“O próximo passo será descobrir porque os genes importam tanto na hora da participação política”, afirma o estudo.

Notícia publicada na BBC Brasil , em 6 de julho de 2008.

Pedro Vieira comenta*

O desenvolvimento dos estudos genéticos tem trazido novas luzes ao entendimento de uma série de fenômenos dos seres vivos, em especial os humanos. As conseqüências desses esforços científicos têm aberto excepcionais oportunidades para o bem estar e a saúde de todos nós. Mas será que a genética é a nossa última fronteira? Seria ela um mapa inexorável de comportamentos e tendências?

A reportagem fala da maior ou menor tendência à participação em pleitos de acordo com a presença de alguns genes no mapa genético dos indivíduos. Essa constatação, assumindo-a verdadeira, está em contradição com os ensinos espíritas? Absolutamente.

Recorramos a uma metáfora: todo aparelho eletrônico possui um manual de manutenção, que ensina detalhadamente como desmontá-lo e entendê-lo. Quem se dedica a entender essas informações é capaz de diagnosticar e consertar falhas com rapidez e objetividade. Poderíamos criar uma ciência de pesquisa de manuais, que traria muitíssimo benefício. Mas esses manuais são, por si, os responsáveis pelos aparelhos e suas funções? Certamente não, da mesma forma que o manual do corpo físico, os genes, também foram escritos por alguém, esse sim o detentor do conhecimento. Para a Doutrina Espírita esse alguém é o Espírito imortal e a caneta com a qual escreveu o manual é o perispírito.

É sempre assim: o progresso do ser humano faz avançar a profundidade de sua pesquisa. Já imaginamos causas muito mais ingênuas que os genes. A próxima fronteira, então, é a busca do organizador do mapa, a procura causal, que nos levará ao perispírito. Mais tarde, ao Espírito e, muito mais, a Deus. Chegaremos lá.

  • Pedro Vieira é expositor e médium espírita. Colabora com o centenário Centro Espírita Cristófilos e com o Centro Espírita Léon Denis, no Rio de Janeiro, além de algumas outras casas.