Cientistas argentinos manipulam proteína para eliminar lembranças
da Efe , em Buenos Aires
Cientistas argentinos conseguiram manipular a proteína que interfere na memória para eliminar as lembranças quando são evocadas, uma descoberta útil para tratar de fobias e o estresse pós-traumático. A informação foi divulgada nesta quarta-feira (30) pela imprensa local.
Por meio de testes com ratos, os especialistas em farmacologia e bioquímica da Universidade de Buenos Aires demonstraram que a capacidade de lembrar pode ser alterada caso sejam injetadas substâncias que anulam a proteína da memória, afirma o jornal “La Nación”.
“Abre-se um caminho pelo qual seria possível interferir na memória já formada [nos seres humanos]”, afirma Arturo Romano, um dos membros do grupo de cientistas. “Poderia ser aplicável a casos de fobias ou a pessoas que sofrem de estresse pós-traumático”, afirmou.
Segundo ele, também seria possível tratar aqueles transtornos nos quais uma lembrança patológica altera a vida de uma pessoa. Entretanto, Romano esclareceu que ainda falta muito para poder comprovar se a experiência poderia ser reproduzida em humanos, pois a equipe de cientistas trabalha apenas com ratos por enquanto.
Neles foi encontrada a proteína denominada NF-kB, que atua tanto no processo de consolidação como no de confirmação da memória e regula a expressão de genes necessária para armazenar lembranças no longo prazo.
“Caso seja injetado no cérebro um inibidor deste mecanismo quando a lembrança for evocada, a retenção é afetada”, declarou Romano. Ele afirma que “trazer ao presente algo do passado é um processo ativo. Cada vez que é evocada, a memória pode ser modificada”.
Notícia publicada na Folha Online , em 30 de abril de 2008.
Pedro Vieira comenta*
A Doutrina Espírita, como ciência de observação, mostra que os Espíritos, quando desencarnados, retém memória. Isso pode ser comprovado pelas experiências mediúnicas, que permitem comprovar detalhes das lembranças dessas entidades que, quando encarnadas, constituíam os homens.
Não estando, portanto, a memória, integralmente no cérebro físico, sua suspensão por mecanismos físicos ou químicos é um recurso terapêutico paliativo, ou seja, deve ser usado com parcimônia para promover um eventual alívio e facilitar reflexão e tratamento, de ordem pessoal (meditação sobre os próprios defeitos) ou profissional (psicoterápica).
Entender os recursos cerebrais como definitivos pode ter apenas o efeito de mascarar as causas, que estão, inequivocamente, nos arquivos profundos, espirituais.