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Médiuns e videntes da Grã-Bretanha realizarão protesto contra lei do consumidor que facilita os processos em casos de clientes insatisfeitos com seus serviços. Pedro Vieira comenta.

  • Data :20/05/2008
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Nova lei britânica causa protesto de médiuns

Um grupo de médiuns e videntes da Grã-Bretanha vai realizar um protesto contra uma nova lei de proteção do consumidor que deve facilitar os processos em casos de clientes insatisfeitos com seus serviços.

Segundo Naomi Grimley, correspondente da BBC, como alguns destes videntes cobram pelas consultas, a nova lei passará a classificá-los como “comerciantes”.

As novas regras da União Européia têm o objetivo de proteger todos que forem enganados por comerciantes, não importando qual a mercadoria que está sendo vendida. As mudanças serão colocadas em prática a partir de maio.

Alguns médiuns já começaram a divulgar, em suas propagandas, alertas em que se eximem de responsabilidades, como por exemplo: “isso é apenas uma experiência, os resultados podem não ser garantidos”.

O grupo também vai entregar uma petição com 5 mil nomes ao gabinete do primeiro-ministro britânico, Gordon Brown.

Processos

Carole McEntee Taylor, uma das fundadoras da Associação dos Trabalhadores Espirituais da Grã-Bretanha, teme que clientes insatisfeitos possam entrar com processos, caso os resultados não sejam os esperados.

Para Taylor, o que videntes e médiuns praticam é espiritualismo, uma religião, e, assim como todas as outras religiões, suas práticas não deveriam exigir provas.

“Ao colocar nossa religião sob a lei de proteção do consumidor, estamos sendo discriminados, pois estão nos dizendo no que podemos acreditar”, afirmou.

“Nenhuma outra religião é forçada a provar suas crenças, e as pessoas também não são obrigadas a ir a um médium, assim como não são obrigadas a ir a uma igreja”, acrescentou.

Para Taylor, a nova lei não protegerá o público porque existem outras formas de atingir esse objetivo.

“É preciso educar o público a respeito de espiritualismo, a filosofia”, afirma. “Se eles forem educados sobre esta filosofia, não serão enganados por pessoas que fazem alegações ridículas, pessoas que falam ‘se você me der tanto em dinheiro, poderei consertar’.”

O Office of Fair Trading, órgão do governo britânico de proteção ao consumidor, afirma que não está interessado em entrar com processos contra a grande maioria dos médiuns.

A entidade informou que pretende ir atrás apenas dos mais óbvios “comerciantes desonestos”.

Notícia publicada na BBC Brasil , em 18 de abril de 2008.

Pedro Vieira comenta*

Interessantíssima e excelente a notícia! A Doutrina Espírita, repetindo Jesus, diz que qualquer potência mediúnica, gratuitamente  recebida, ou seja, não sendo resultado de um trabalho ou esforço próprio, mas da ação dos Espíritos, deve ser gratuitamente utilizada, sem que se comercialize com ela.

Em “O Evangelho segundo o Espiritismo”, Cap. XXVI, item 9, o sempre lúcido Prof. Allan Kardec nos ensina: “A mediunidade séria não pode ser e não o será nunca uma profissão (…): se trata de uma faculdade essencialmente móvel, fugidia e mutável, com cuja perenidade, pois, ninguém pode contar. Constituiria, portanto, para o explorador, uma fonte absolutamente incerta de receitas, de natureza a poder faltar-lhe no momento exato em que mais necessária lhe fosse.”

Parece-me que a legislação da União Européia nesse ponto foi justíssima, já que, se querem comercializar com a mediunidade, que cumpram os códigos jurídicos de comércio. Se não querem, para os ‘médiuns profissionais’ há sempre a alternativa mais óbvia: não cobrar pelos suas faculdades.

Talvez seja pelo meio jurídico que encontrem o caminho da mediunidade gratuita. Deus tem caminhos muito curiosos para a instrução humana.

  • Pedro Vieira é expositor e médium espírita. Colabora com o centenário Centro Espírita Cristófilos e com o Centro Espírita Léon Denis, no Rio de Janeiro, além de algumas outras casas.