Estrutura cerebral pode explicar rebeldia na adolescência
Cientistas australianos observaram o comportamento de adolescentes e sugerem que a rebeldia na adolescência pode estar relacionada ao tamanho da amídala - área do cérebro relacionada com a raiva, segundo o estudo publicado na edição desta terça-feira da revista especializada Proceedings of the National Academy of Sciences .
Os pesquisadores da Universidade de Melbourne realizaram exames de ressonância magnética nos cérebros de 137 adolescentes entre 11 e 14 anos e depois observaram o comportamento deles em discussões com os pais, envolvendo questões como tarefas domésticas, o uso de celulares, horário de dormir e mentiras, entre outras.
Ao analisar o comportamento dos adolescentes e os resultados dos exames, os pesquisadores identificaram que a amídala dos adolescentes mais nervosos e rebeldes era maior do que a dos mais tranqüilos.
“As descobertas sugerem que a estrutura cerebral dos adolescentes está associada ao comportamento afetivo nas interações familiares”, afirmou Nicholas Allen, que liderou o estudo.
Ansiedade
O estudo identificou ainda outra alteração na estrutura cerebral dos adolescentes - meninos que apresentavam o córtex cingulado anterior esquerdo do cérebro (ACC, sigla em inglês) menor que o direito, demonstravam o comportamento mais ansioso e lamentavam-se mais.
“Como a adolescência marca um período de rápido amadurecimento cerebral, nossas descobertas têm implicações para o futuro da saúde mental que pode ser identificado durante o desenvolvimento”, disse Allen.
Estudos anteriores realizados nos Estados Unidos já haviam relacionado a estrutura da amídala e do córtex cingulado anterior ao humor das pessoas. Segundo os cientistas, estas duas áreas do cérebro seriam responsáveis por regular o otimismo.
Notícia publicada na BBC Brasil , em 26 de fevereiro de 2008.
Pedro Vieira comenta*
Você chega em casa e coloca um bule cheio de água no fogo. Um suposto habitante do bule, perspicaz e estudioso, penetra as leis que regem a calorimetria e determina com precisão a quantidade de energia trocada, a capacidade térmica do bule e, por conseguinte, o tempo que este levará até atingir a temperatura do ponto de ebulição da água. Se alguém o questionar sobre a causa da diminuição do volume de água ao longo do tempo, poderá explicar com precisão que esta está ligada à chama que aquece o bule e à característica de mudança de estado da água para vapor e estará absolutamente correto. Outro habitante, sem renegar a explicação do primeiro, sugere que a origem primeira está num elemento não físico: a sua vontade que ligou o fogo - e vai mais longe estudando o porquê dessa vontade e as conseqüências do aquecimento para quem o provocou e quem o sofreu. Inacessível ao ponto de vista imediato de observação, essa colocação, no entanto, fica restrita ao campo das evidências sem entrar nas equações que buscam causalidade material, equilíbrio de energia - a vontade, imaterial, não poderia gerar energia porque quebraria o equilíbrio do sistema.
O cérebro, os hormônios, a educação, a pressão social, etc, podem ser considerados causas dos comportamentos dos homens, e, mais especificamente, dos adolescentes? Certamente. É importante e natural que os pesquisadores busquem essas relações materiais, fundamentais para o diagnóstico preciso de desvios orgânicos ou comportamentais, em benefício de todos. O Espiritismo, entretanto, agrega um nível de causalidade a essas explicações, ou seja, remonta a causa da causa, embora esta, como no caso do bule, esteja fora da capacidade da Ciência de observação dentro do princípio da conservação de energia, já que o Espírito e sua vontade são imateriais.
No caso específico dos adolescentes, O Livro dos Espíritos nos traz a chave do entendimento das instabilidades a que estão sujeitos, refletindo-se em seu sistema orgânico e, deste, em seu comportamento:
“É que o Espírito retoma a natureza que lhe é própria e se mostra qual era. (…)”
E o bule continua esquentando…