Tratar a primeira crise de depressão de forma correta é uma boa forma de prevenir recaída. O psiquiatra Fábio Eustáquio Peres Munhoz afirma que é preciso diferenciar o paciente portador de transtorno bipolar (psicose maníaco-depressiva), que pode ocorrer numa fase intercalada à depressão.
Os sintomas são opostos ao da depressão com euforia, insônia, comportamento de risco e muito gasto financeiro. O médico afirma que o início da psicose maníaco-depressiva costuma iniciar na segunda década da vida e a prevalência é de 1% na população, na proporção de um homem para uma mulher, ao contrário da depressão, que já acomete 5% da população e ocorre numa proporção de quatro mulheres para um homem.
“O grande desafio é saber se o depressivo é também bipolar. Para isso, é importante as informações familiares”, disse Munhoz. Esse cuidado é fundamental já que os antidepressivos podem ser potencialmente prejudiciais ao paciente bipolar.
O tratamento do portador de transtorno bipolar deve ser feito com estabilizadores de humor, sendo o mais comum o carbonato de lítio. Outra opção são os anticonvulsivantes. O psiquiatra observa que os antipsicóticos atípicos têm crescido no tratamento de paciente bipolar, embora sejam mais caros.
Visto com receio, mesmo no tratamento de depressão grave, o eletroconvulsivoterapia (ECT), popularmente conhecido como eletrochoque, tem 80% de sucesso, quando bem empregado, conforme afirma o psiquiatra Fábio Munhoz. “O ECT tira a pessoa da crise, mas tem que ser mantida com medicamentos”, afirma, explicando que a corrente elétrica provoca uma convulsão no cérebro que vai melhorar a depressão. Ele observa que o eletrochoque é indicado quando não é possível aguardar o efeito do medicamento e o paciente está em risco de cometer suicídio e já sofre de inanição e alucinação.
Um dos grandes desafios no tratamento da depressão, ressalta o psiquiatra Fábio Munhoz, é fazer com que os tratamentos mais eficientes cheguem à toda população. “As pessoas devem ter mais acesso às informações, aos consultórios médicos e aos melhores tratamentos”, defende.
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Hoje em Dia: com os psiquiatras Fábio Eustáquio e Paulo Mello
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