Desde 1975, o aborto é descriminalizado na França, mas uma decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos, em 2022, evidenciou a necessidade de incluir a questão na Constituição. Segundo a matéria da Jovem Pan, o número de abortos na França está estável há duas décadas (aproximadamente 230 mil por ano).
A íntegra da matéria pode ser acessada em: https://jovempan.com.br/noticias/mundo/franca-se-torna-primeiro-pais-a-garantir-direito-ao-aborto-na-constituicao.html
No mês de março, comemorou-se o Dia Internacional da Mulher, uma celebração da diminuição das injustiças contra as companheiras de jornada dos homens e a quem Deus conferiu a missão de gestar Seus filhos necessitados da existência terrena para que alcançarem os Céus.
Porém, neste março de 2024, a comemoração foi manchada por sangue e lágrima: a França garantiu, em sua Constituição, o direito ao aborto, noticiando o feito como se fosse um “exemplo” para o mundo e uma grande “conquista” das muitas francesas, temerosas de decisões judiciais contrárias.
Há sangue nessa decisão, pois interromper a gestação, em qualquer estágio, é tirar uma vida! É interromper a encarnação de um Espírito – e o mais doloroso é que essa interrupção se dá, justamente, por aqueles a quem Deus lhes confiou a missão de proteger e guiar, na Terra, um filho ou filha Dele.
Muitas mulheres alegam serem donas do próprio corpo, esquecendo-se que o corpo da criança e o próprio não são patrimônios que lhes pertença, mas um empréstimo, concedido por Deus, para que possamos viver a transitória existência terrena, com suas lutas e aprendizados.
Talvez a vida moderna, com seus novos paradigmas e ansiedades, tenha nos levado a esquecer o quão sublime é a oportunidade da maternidade, que nos ajuda a construir o Amor verdadeiro em nós, fonte transcendente de luz que nos aproxima de Deus.
O nascimento de uma criança também é um sagrado convite ao pai, a quem Deus confia a missão de apoiar a mãezinha e levar proteção aos filhos, guiando-lhes os passos com seu exemplo honrado, ao mesmo tempo em que lhe é oportunidade de desenvolver, em si mesmo, a mesma fonte de luz em seus corações, que iluminará os próprios caminhos pela eternidade.
Quando será que esquecemos a força da missão dos pais? Quando pudemos deixar de lado a tarefa que Deus nos legou, confiando em de nós, apesar das imensas fragilidades que permeiam nossa alma? Quando esquecemos que nossa sede de felicidade só pode ser saciada quando bebemos da água pura do dever cumprido no amor?
Lágrimas, porque esquecemos que o Espírito que nos chega como filho, em geral, é alguém a quem prometemos, no plano espiritual, apoio, carinho e, muitas vezes, reparação, planejando uma existência em que esse irmão viria para o nosso convívio na condição de filho ou filha queridos.
Nenhum Espírito seguirá alegre e satisfeito, mesmo que viva ao extremo os prazeres ilusórios do mundo, carregando o peso de um crime em seu coração, especialmente quando a vítima é uma indefesa criança que contava com seus carinhos em uma vida planejada nos planos espirituais, com o auxílio de Benfeitores sábios e as bênçãos de Deus.
Lágrimas, porque o aborto pode provocar a ira e mágoa no Espírito que passa a se sentir rejeitado, que pode se entregar a tristes vinganças onde não há espaço, para nenhum dos envolvidos, para a alegria e a paz:
“Se, porém, quando instalados na Terra, anestesiamos a consciência, expulsando-os de nossa companhia, a pretexto de resguardar o próprio conforto, não lhes podemos prever as reações negativas e, então, muitos dos associados de nossos erros de outras épocas, ontem convertidos, no Plano Espiritual, em amigos potenciais, à custa das nossas promessas de compreensão e de auxílio, fazem-se hoje — e isso ocorre vastas vezes, em todas as comunidades da Terra — inimigos recalcados que se nos entranham à vida íntima com tal expressão de desencanto e azedume que, a rigor, nos infundem mais sofrimento e aflição que se estivessem conosco em plena experiência física, na condição de filhos-problemas, impondo-nos trabalho e inquietação.” (Emmanuel, livro “Vida e Sexo”, psicografia de Chico Xaver).
Triste pensar que a França, há menos de dois séculos, recebeu Benfeitores da Humanidade e o próprio Cristo para nos trazer o Consolo Infinito das Verdades eternas, lembrando-nos que a vida terrena, com suas alegrias e tristezas, é momento abençoado para a construção da nossa Verdadeira Felicidade.
E o que dizer às mãezinhas abandonadas por seus companheiros, que pensam no aborto como solução diante da falta de apoio, amparo e proteção? Que se veem sem rumo e sem meios de cuidar do bebê?
Lembrem-se, mãezinhas, que Deus nunca nos desampara. Às vezes, não percebemos Suas mãos trabalhando em nosso favor, mas tenham a certeza de que esse Pai tem cuidado por nós. A ajuda virá! A dor e dificuldade do momento vão passar, assim como a madrugada sempre cede lugar ao dia – e esse dia virá, mais belo, iluminado pelo sorriso do seu bebê. O amor-coragem das mães que assumem, sozinhas, seus filhos, confiantes em si mesmas e em Deus, é poderoso, forte e belo, alcançando como prece constante as bençãos dos Céus. Não desanimem, porque a ajuda virá. E, um dia, essa criança saberá do seu heroísmo, mãezinha, que é tão luminoso como o próprio sol.
Quanto ao pai infeliz, entregue-o à Justiça Divina, que lamenta a deserção covarde e irresponsável, semeadura de dores que chegarão.
E quanto aos pais e mães arrependidos por terem cometido aborto e que, hoje, choram, amargamente a impossibilidade de voltar atrás?
Irmãos, todos nós cometemos erros, mas a Misericórdia Divina, uma das manifestações do Amor de Deus, sempre nos concede oportunidades de reparação.
Lembrem-se: nosso Pai não quer culpa nem punição, mas sim que nos ergamos e trabalhemos, cultivando o amor em nós e para com os outros, para nos harmonizarmos com Suas Leis soberanas e universais.
Portanto, sem demora, elevem seus corações em preces sinceras a Jesus, buscando Seu auxílio!
Envolvam no carinho mais doce os filhinhos que não puderam vir ao mundo! Por meio de orações sinceras, enviem mensagens de perdão, amor, incentivo e votos de felicidade.
Acolham a todos necessitados de auxílio que a vida lhes trouxer e lembrem-se das mãezinhas desamparadas, ansiando apoio fraterno, e dos órfãos carentes de afago e orientação - sejam, para todos eles pais e mães do coração.
E não esqueçam que, aqueles que se dedicam, sinceramente, à reparação de seus erros, contam com a companhia e a força de Jesus - esse Irmão maior que nos ama e que sempre será nosso Caminho, Verdade e Vida – e que quer uma Vida abundante para todos nós.