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Ante o pessimismo
A realidade é o conjunto dos fatos. O modo como a percebemos é função de nossos instrumentos de sensibilidade. A forma como a compreendemos depende de nossos conhecimentos, de nossa inteligência e capacidade de abstrair e ver relações. Mas sentimos o mundo com as emoções que cultivamos, com a disposição pela qual escolhemos apreciar a realidade.
Jesus dizia: onde estiver o vosso tesouro, aí estará o vosso coração.
O coração, pelas suas alterações de pulsação conforme o estado emocional do indivíduo, foi escolhido como símbolo das emoções e sentimentos.
Colocamos os nossos sentimentos nos interesses que nos mobilizam, nos tesouros que elegemos para o cotidiano. Mas precisamos aprender a educar o pensamento e a emoção para construir um sentimento adequado diante da vida.
É muito comum nos sentirmos abatidos diante das vissicitudes da existência, mas precisamos ter cuidados com o arco de nossas reflexões.
Precisamos educar as nossas percepções para não nos deixarmos levar pelas meras aparências. É preciso aprimorar a percepção para ver a realidade das coisas. E é muito comum confundirmos nossas opiniões com fatos. Se uma fruta nos cai sobre a cabeça podemos emitir uma opinião: “Estou com azar!”, ou podemos reconhecer um fato: uma fruta caiu sobre mim. São percepções diferentes que nos levam a modos diferentes de ver as coisas.
Nossa compreensão depende do conhecimento que temos. Se não entendemos a lei da gravidade e o tempo de amadurecimento das frutas, atentos apenas ao horóscopo diário ou à superstição de que tudo se deve atribuir aos Espíritos, deixaremos de ver o fruto caído como parte da realidade das coisas que têm seu ciclo natural e poderemos ver a vida como uma armadilha criada pelo destino para nos fazer cair frutos na cabeça. Abrir nosso entendimento pelo estudo nos permitirá ter mais amplas ferramentas de compreensão.
Mas é com o sentimento que deveremos ter melhores cuidados. O sentimento é o significado psicológico que atribuímos às nossas emoções. Diante do fato do fruto caído sobre nossa cabeça podemos ter diferentes sentimentos:
de raiva, contra um pobre fruto ou árvore,
de medo, contra o azar do dia,
de rancor, contra nós mesmos por termos escolhido aquele caminho,
de alegria, rindo de nossa desgraça com um fruto que nos atingiu,
de reflexão, pensando no cuidado que devemos ter diante da vida.
O conjunto e a combinação dos sentimentos nos leva a um estado de otimismo - a visão de que a vida pode ser ótima, ou de pessimismo - acreditando que a vida é péssima!
Ante as perspectivas da imortalidade, quando sabemos que somos seres espirituais e a Terra é nossa bendita escola de aprendizagem, somos levados a cultivar o otimismo como modo de viver. Primeiro por reconhecermos em tudo a justiça de Deus. Segundo por compreender que todos os fatos da vida são lições das quais podemos extrair grandes aprendizados. E terceiro, o fato de sermos Espíritos imortais nos coloca em condição de evolução constante mesmo extinta a rápida experiência na Terra. É a mudança de ponto de vista de que nos falaram os Espíritos no Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo V, item 5:
Diante dos fato adversos, saibamos modificar o nosso modo de perceber. Esforcemo-nos por educar nossa compreensão em busca de visões mais amplas e mudando o nosso pensamento saberemos agir com resiliência ante o pessimismo.