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  • Casal acusado de bruxaria é queimado vivo na Índia

Um multidão ateou fogo e assassinou um casal que era acusado de praticar bruxaria e levar azar a sua família em uma aldeia no estado de Telangana, no sul da Índia, informou nesta sexta-feira à Agência Efe uma fonte policial. Claudio Conti comenta.

  • Data :01/05/2017
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O fogo foi ateado por uma multidão de pessoas, que amarraram o casal a um poste após espancá-lo

Por EFE

Nova Délhi — Um multidão ateou fogo e assassinou um casal que era acusado de praticar bruxaria e levar azar a sua família em uma aldeia no estado de Telangana, no sul da Índia, informou nesta sexta-feira à Agência Efe uma fonte policial.

O fato aconteceu na tarde de quinta-feira em Dubbaka quando a multidão pegou o casal, amarrou o mesmo em um poste elétrico e após espancá-lo, lançou querosene e ateou fogo, afirmou o inspetor da estação de polícia da área, B. Srinivas.

Segundo o agente, foi uma filha do casal que chamou a polícia e denunciou o ataque, afirmando que dois irmãos de seu pai, que o acusavam de praticar magia negra e levar azar à família, tinham participado do linchamento.

Quando a polícia chegou ao local, levou o casal ainda com vida ao hospital, mas com “mais de 90% dos corpos com queimaduras”, os médicos não conseguiram salvá-lo, explicou Srinivas.

A polícia investiga entre 9 e 10 pessoas que podem ter participado do fato e já foi apresentada denúncias contra 5 delas, entre as quais estão os irmãos do morto, acusados de assassinato, explicou o agente.

“Planejamos prendê-los hoje e os colocaremos à disposição do juiz amanhã”, concluiu Srinivas.

Os assassinatos por acusações de bruxaria são frequentes no gigante asiático, onde ocorreram desde 2001 mais de 2 mil mortes relacionadas com esta prática.

Segundo os últimos dados do NCRB, durante 2015 houve 135 assassinatos relacionados com magia negra na Índia, sendo Jharkand (nordeste) com 32 casos o estado indiano mais afetado, enquanto em Telangana aconteceu um caso.

Notícia publicada na Revista Exame , em 7 de abril de 2017.

Claudio Conti* comenta

Uma das mais tenebrosas épocas da humanidade foi o período da Inquisição, durante a qual milhares de pessoas foram torturadas e mortas em decorrência de crendices e interesses de instituições religiosas.

Durante este período, pessoas eram acusadas de bruxaria e, por isso, eram-lhes impostas grandes crueldades até obterem uma confissão, o que, invariavelmente ocorria como forma de por fim ao sofrimento com a morte, isto caso o acusado não viesse a falecer em decorrência da tortura.

O espírito, em suas várias encarnações na Terra, traz, em seu acervo mental, memórias desta época e que podem aflorar em decorrência de algum estímulo. Portanto, podemos dizer que o medo de “bruxarias” é atávico e, da mesma forma, a reação diante do estímulo específico, isto é, a suspeita de atividade relacionada com bruxaria.

Em decorrência dos processos reencarnatórios, não se pode afirmar que o relatado na reportagem em análise esteja relacionado com espíritos pouco evoluídos ou rudimentares, pois, caso o espírito ainda traga os efeitos de atividades equivocadas de forma intensa, poderá encarnar em local adequado para o expurgo. Diante da situação propícia para se regenerar e aprender, poderá ocorrer o contrário, isto é, ceder aos seu comportamento equivocado e repetir os atos.

Há algum tempo, foi noticiado, aqui no Brasil, mais especificamente no Rio de Janeiro, que pessoas ligadas a determinada vertente religiosa expulsavam da comunidade moradores ligados a outra vertente considerada inadequada ou de ligações “demoníacas”. Portanto, não se trata do local em que ocorre, mas do entendimento e reação a atavismos que precisam ser trabalhados pelas religiões.

Enquanto os líderes religiosos não se posicionarem contrários a este tipo de comportamento, crendo que o medo infundido mantém os fiéis ligados a estas vertentes religiosas, eventos como estes continuarão ocorrendo.

Quando questionado sobre a religião que professava, Dalai Lama, o líder do Budismo Tibetano, respondeu: “Minha religião é o amor”. Vemos a postura que todo líder ou represente de cunho religioso ou moral deve ter.

Este é o ponto capital que todos deveriam se ater, vivenciar o amor e respeito pelo próximo.

  • Claudio Conti é graduado em Química, mestre e doutor em Engenharia Nuclear e integra o quadro de profissionais do Instituto de Radioproteção e Dosimetria - CNEN. Na área espírita, participa como instrutor em cursos sobre as obras básicas, mediunidade e correlação entre ciência e Espiritismo, é conferencista em palestras e seminários, além de ser médium psicógrafo e psicofônico (principalmente). Detalhes no site www.ccconti.com .