Carregando...

  • Início
  • Sintomas de depressão: por que a versão atípica da doença é tão perigosa

Costumamos pensar que um sorriso é indicativo de felicidade, certo? Há pessoas, entretanto, que são capazes de sorrir, viver momentos alegres e, ainda assim, nutrir sentimentos suicidas. Marcia Leal Jek comenta.

  • Data :11 May, 2019
  • Categoria :

Costumamos pensar que um sorriso é indicativo de felicidade, certo?

Há pessoas, entretanto, que são capazes de sorrir, viver momentos alegres e, ainda assim, nutrir sentimentos suicidas.

São aquelas afetadas pelo que se conhece popularmente como “depressão sorridente” - o termo clínico, na verdade, é depressão atípica, como explica Olivia Remes, especialista em ansiedade e depressão da Universidade de Cambridge em um artigo no portal The Conversation.

Remes explica que é difícil identificar aqueles que sofrem da doença exatamente porque os sintomas são frequentemente mascarados por falsas demonstrações de felicidade e porque, muitas vezes, são pessoas sem motivo aparente para estarem deprimidas: têm um trabalho, uma casa, amigos e até cônjuge e filhos.

Alguns dos sintomas, contudo, podem nos ajudar a detectar quando alguém - ou nós mesmos - está deprimido, ainda que dê mostras pontuais de felicidade.

Sintomas

Eles variam de uma pessoa para outra, mas alguns são chave:

  • Uma melhora temporária do estado de ânimo - provocada, por exemplo, pela chegada de boas notícias, da mensagem de um amigo ou elogio do chefe - seguida de uma recaída;

  • Aumento do apetite e ganho de peso;

  • Dormir por longas horas e, ainda assim, sentir sono durante o dia (enquanto outros tipos de depressão fazem as pessoas dormirem menos);

  • Sensação de torpor e peso nos braços e nas pernas em vários momentos durante o dia;

  • Maior sensibilidade a críticas e rejeição, que pode afetar as relações pessoas e de trabalho.

Mais perigosa

A dificuldade de se perceber que uma pessoa que aparentemente se encontra bem está com depressão faz desta modalidade da doença mais perigosa que as outras, ressalta Remes em seu artigo.

Mas há outros fatores que agravam esses casos, ela acrescenta.

De um lado, aquele que sofre da doença atípica demora mais a procurar tratamento por não conseguir identificá-la.

De outro, essas mesmas pessoas costumam ter dificuldade para reconhecer emoções. Assim, trabalhar a partir de um ponto de vista psicológico com elas é mais difícil.

Além disso, a capacidade daqueles que sofrem deste tipo de depressão de continuar realizando suas atividades pode ser contraproducente. Remes é clara nesse sentido em seu artigo.

“A força que elas têm para seguir com a vida diária pode deixá-las especialmente vulneráveis a levar a cabo pensamentos suicidas. Isso contrasta com outras formas de depressão, nas quais as pessoas podem ter pensamentos suicidas, mas não energia suficiente para levá-los adiante.”

O tratamento geralmente envolve a prescrição de medicamentos, psicoterapia e mudanças no estilo de vida.

Remes acrescenta, ainda, a realização regular de exercícios físicos e a prática da meditação, que, segundo ela, têm trazido bons resultados na prática clínica.

Notícia publicada na BBC Brasil , em 25 de fevereiro de 2019.

Marcia Leal Jek* comenta

Os números relacionados a transtornos de ansiedade e depressão no Brasil são altos.

Durante nossa vida aspiramos por paz e felicidade, mas em muitas situações deixamos a dor e o desânimo tomarem conta de nossos corações, levando-nos a considerar a vida difícil e amarga. A nossa vida é cheia de dificuldades que são proporcionais às nossas imperfeições.

A depressão, segundo o autor Izaias Claro(1), é “um estado de espírito de melancolia, tristeza ou desespero. A intensidade e a duração deste estado dependem da personalidade, dos fatores que desencadeiem o processo e da situação atual da vida do paciente”. Esclarece também que “a depressão apresenta ou pode apresentar vários graus ou níveis. Todo depressivo, pelo menos esta é a regra geral, apresenta-se triste; mas, nem toda pessoa triste está clinicamente depressiva”.

O autor Adenauer Novaes(2), em seu livro “Alquimia do Amor. Depressão, Cura e Espiritualidade”, nos esclarece também sobre o assunto o seguinte: “Na mulher a depressão é muito forte, exatamente pela sensibilidade que possui. Muito embora ela tenha maior tolerância à dor, é mais sensível ao sofrimento. Sofre mais do que o homem pela hipersensibilidade emocional que lhe caracteriza o psiquismo. […] Os motivos mais comuns para a depressão em mulheres estão relacionados a desilusões amorosas, sentimento de não ser amada, perda de entes queridos, doenças crônicas, complexo de inferioridade consciente, traição conjugal, solidão, mágoas, rejeições, menopausa precoce e casamento frustrado. […] A saída da depressão exigirá maior dose de maturidade por parte da mulher, sendo um desafio energético de grande porte. […] Parecerá, a ela, que suas energias estarão esgotadas na depressão, porém sempre lhe restarão forças inesgotáveis para a superação dos desafios não atendidos. […]”

O Espiritismo tem papel fundamental, porém não exclusivo, pois é através do Espiritismo e da reforma íntima que o paciente pode enxergar melhor o caminho da cura.

A reforma íntima é o ponto-chave, é o caminho. Essa espécie de reforma não serviria somente para a cura de uma depressão, mas para o resgate de uma vida inteira de infortúnios. A reforma íntima é o pilar central da cura de qualquer indivíduo, para qualquer doença em que a alma seja a principal acometida.

É indispensável o tratamento médico terreno, porém, o tratamento espiritual pode auxiliar. Sendo uma doença ligada com fluidos mentais, existem tipos de passes que podem auxiliar no alívio dos sintomas psicossomáticos e com isso tornar a caminhada em direção a libertação espiritual desta doença menos penosa.

Referências:

(1) Escritor espírita - <https://www.mensagemespirita.com.br/escritor/70254/izaias-claro >;

(2) Palestrante espírita - <http://www.kardecian.org/adenauer_novaes.html >.

  • Marcia Leal Jek é espírita e colaboradora do Espiritismo.net.